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16 de janeiro de 2018

{Editorial} Ô da potrona...

Eu confesso que fiquei bastante surpreso quando o canal Viva da Globo resolveu ressuscitar os Trapalhões - e em grande parte pelo tanto de tempo que levou para isso acontecer.

O programa parece exatamente o tipo de coisa para qual o canal foi criado (relembrar programas clássicos da emissora de Roberto Marinho), até porque o programa hoje é visto com enorme nostalgia aos olhos e memórias de quem viveu à época em que todos sábados ou domingos o programa de Dedé, Didi, Mussum e Zacarias animava as noites.

Infelizmente a palavra chave É nostalgia, quando vê-se em alguns dos poucos episódios já exibidos o conteúdo que é, no mínimo, um testamento de como o programa envelheceu mal.

Não leve a mal, o programa tem ótimas piadas e quando os personagens se avacalham uns aos outros vem a melhores piadas do humorístico e muita coisa se mantém muito bem (e às vezes infelizmente atual), mas não tem como olhar para o programa sem comparar com outras jóias do humor global (não da Globo, entenda bem) como o Monty Python (que surge em 1969), quando uma das piadas do programa (recorrentes) do programa incluía homens violentos e 'machões' resolvendo tudo na base da pancada, ao ponto que inclui espancar filhas, namoradas/esposas como pretexto para alguma piada que inclui um dos Trapalhões intervir e/ou não fazer nada e esse servir de final da piada.

Enquanto as piadas de Aparício continuam geniais, ainda tem em contraste as piadas em que o pai chega em casa e bate na filha que estava conversando com os vizinhos...

Sei que já fiz algo semelhante ano passado falando dos Simpsons (mais de uma vez inclusive), mas e talvez esse seja o fator mais importante, enquanto Python estava recriando a roda e testando os limites do humor (e o que se passa por - como confundir um gato), criando algo novo e diferente de tudo antes imaginado, o programa da Globo tinha toda uma gama de estruturas e convenções para agradar censores, uma larga demografia de crianças a adultos - enquanto garantindo e fazendo o que puder de merchan entre os quadros.

Mais que isso, na época em que o programa passava nas televisões brasileiras não é como se tivéssemos acesso a tantas e tão variadas opções além de um ou outro enlatado americano e seriado de monstros japoneses. Ou o Chaves...

Hoje que as comportas do inferno se abriram e é possível ver todas as melhores piadas do humorístico em uma compilação de uma (ou duas horas) no youtube, pra que rever episódios com a participação de Rosana?

Ao que vejo, é mais uma questão de matar saudades que qualquer outra coisa mesmo...

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