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6 de setembro de 2017

{Editorial} Hein?

Se alguém anunciasse o filme 'Trump: O Melhor Presidente Americano" com direção de Francis Ford Coppola, trazendo Sean Connery da aposentadoria para viver o papel título enquanto Charlize Theron vive a filha do empresaridente e Kathy Bates estrela como Hillary.. Bem, se alguém dissesse algo desse tipo hoje em 2017 (ainda no primeiro - conturbado e turbulento, quase conturbulento - ano da presidência de Trump), minha primeira pergunta óbvia seria se isso é uma piada, mesmo que de mau gosto.
Se a resposta fosse não, e, que pra ajudar, o filme recebia pleno aval do magnata dos hotéis que cedeu as Torres Trump e vários clubes de golfe para servir de set para as gravações, bem... Eu realmente teria de checar meu bom senso antes de perguntar da maneira mais educada possível MAS QUE PORRA?

Não somente porque é masturbatório até dizer chega, assim como a chamada não só mentirosa como confusa, mesmo para quem não é americano ou conheça mais que dois atmos da história americana. Ou porque ainda falta muito (e tem muita água para rolar), mas não existe previsão de um final claro - tá, parece que ele vai sofrer um impeachment, mas ele ainda pode explodir como naquela cena de Scanners durante um discurso ao ultrapassar todos os limites humanamente possíveis de mentiras  proferidas...
Até porque existe uma coisinha chamada 'distanciamento histórico' para que se possa observar de maneira mais objetiva aos fatos para evitar catástrofes como o 'Mission Accomplished' (lembra?) e permitir uma visão mais ponderada e coerente..

Ou porque a escolha de atores para os papéis como aqui descrita é maniqueísta numa estrutura patética que tenta definir somente com a escalação quais os heróis e vilões da história... Com raras exceções é o que o cinema faz há muito e muito tempo (sim, desde bem antes de O Mágico de Oz de 1939 - e não se resume a filmes infantis/fábulas - pois quase toda comédia romântica e mesmo filme policial segue essa estrutura, como por exemplo O Silêncio dos Inocentes de 1991).
Ou porque soa confuso, vazio e igualmente perturbador o material, pois fica uma enorme impressão antes mesmo da primeira prévia de que tipo de intenções sinistras podem existir por trás disso tudo.

E eu sei que um ou mais me perguntariam, citando uma famosa máxima de que não se pode julgar um livro pela capa - ou um filme pelo trailer - que é estupidez pressupor antes mesmo da estreia que a qualidade do material é pífia.
E, é verdade.
Talvez no livro da Maísa (sim, a guria que trabalhava com o Raul Gil e hoje é 'astra' das novelas do Silvio Santos) tenha a resposta para a vida, o universo e tudo mais, ou, se não nele, no livro da Andressa Urach...
Eu prefiro ficar com o(s dois) pé(s) atrás.

Até posso queimar a língua, e, francamente eu daria o braço a torcer se fosse a volta ao estrelato que Connery precisava para finalmente ganhar um Oscar ou Coppola para mostrar que ainda pode produzir alguns bons filmes, com uma análise coerente e ponderada sobre um dos períodos mais turbulentos da história recente.
Mas francamente eu prefiro acreditar mais na existência do coelhinho da Páscoa que nisso...

Ah, e tem um filme sobra a operação Lava-Jato que estreia amanhã e cujos problemas aparentes eu esmiucei como paralelos de um filme fictício sobre o Trump? Nossa... Nem foi minha intenção...

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