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23 de junho de 2017

{Resenhas} A trilogia de Nova Iorque - Paul Auster

Três livros pelo preço de um? Não costuma ser um bom negócio, e por uma infinidade de razões - normalmente temos um material razoável/decente e os demais são tão entediantes que só mesmo vendido em conjunto para alguém ler... E sim, eu estou falando dessas coleções que você vê aos montes com 'trilogias' vendidas por aí (e não precisa ir além da pequisa de 'trilogia' no Amazon para ver cada coisa que eu tenho dúvidas se justificariam um volume único).

Não é o caso com o material de Paul Auster... Na verdade é difícil definir qual é o melhor material das três histórias, ou se de fato EXISTE uma história melhor e não são todas as três excelentes em seus próprios méritos (e, bem, é o que eu tive a impressão nessa primeira leitura).

Cada livro/história tem suas cento e poucas páginas mais ou menos (com fonte pequena, se isso ajuda para justificar a pouca quantidade de páginas para quem acha que quantidade de páginas vale muita coisa), e seguem na ordem de 'Cidade de Vidro', 'Fantasmas' e por último 'O quarto fechado'.
Como os títulos deixam bem claro, eles não descrevem absolutamente nada do que ocorre nas histórias... E, apesar de todas se passarem em dado lugar de Nova Iorque, bem, não existe muito na primeira impressão que conecte tematicamente cada capítulo além de, bem, serem histórias detetivescas em que o personagem a investiga/observa o personagem b, normalmente a mando do personagem c.
Apesar disso, no entanto, existem pequenas e breves relances em cada trama que explica melhor - ou detalha - uma trama secundária ou história contada/lembrada pelo personagem da primeira história lembra de um detalhe ou mesmo da trama toda da segunda ou terceira história...

Demora um pouco para acostumar, digo isso com certeza principalmente pela primeira história (Cidade de Vidro) cujo 'personagem' é justamente Paul Auster (sim, o autor), mas na verdade tem um pouco mais que isso, afinal existe o próprio Auster ESTÁ na história e o personagem principal é alguém se passando por ele afinal é o mesmo nome de um detetive que... Quer saber? Eu estou fazendo parecer bem mais complicado do que realmente é!

Mas depois que essa estranheza passa, é fácil entender a estrutura e a ideia do autor e ver, quando o segundo livro (ou história) surge com os personagens com nomes de cores e com a constante proeminência de cores por todo lado para explicar e justificar o universo dessa história, a coisa toda parece mais lógica, e, até mais do que isso, natural. E fica fácil ver os paralelos que o autor traça entre narrativa e análise literária (yep), e compreender o que se pretende ou intenciona com determinada cena e ação, e o que o autor tenta a tecer com sua narrativa...

E quando você chega na terceira história, que, parece começar bem diferente das demais, bem, já se está no estado de espírito para compreender o conjunto do que Auster realmente quer com sua trilogia, e, bem, não tem como discutir ou refletir mais, afinal você já foi enfeitiçado e, verdade seja dita, a partir de um ponto bem anterior já estava sob controle do autor a ponto de ser incapaz de discutir ou argumentar contra.

É simplesmente algo que eu tenho que recomendar com louvores...
Se minhas recomendações valerem de alguma coisa.

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