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14 de abril de 2017

{Resenhas} A Princesa Mononoke - Estúdio Ghibli

Nota:10!
Taí um filme que é assombrosamente bonito - e parece a melhor definição para resumir o estúdio japonês Ghibli, com filmes sobre irmãos órfãos sobrevivendo a bomba atômica e crianças trabalhando em bordéis (de espíritos, mas ainda assim bordéis).

Eu sei, eu sei, que quando alguém usa jargões (como violento ou assombrosamente bonito) quer simplificar exageradamente algo de acordo com suas sensibilidades ou com as sensibilidades comuns do politicamente correto. E acho que aqui, ao menos, não cai exatamente no caso.

Logo no começo do filme acontecem cenas de desmembramentos e existe uma espécie de figura demoníaca da floresta que se manifesta e possui tanto animais quanto pessoas (e isso se demonstra de maneira bastante visual, mas não é chocante), e mesmo outros elementos que são típicos de filmes da Disney - como animais companheiros falantes - aqui acabam meio soturnos e bizarros - mais como os animais falantes em Anti-Cristo de Lars Von Trier.

O tema do filme tem uma toada que é tanto do avanço da civilização quanto do quesito espiritual da devastação de florestas (que assim eliminam os deuses da floresta) e é essa discussão do quanto do avanço científico e das sociedades nos desumaniza que sobra como o fio condutor da trama (sim, é uma animação caso você esteja se perguntando).

Então é algo vastamente complexo de se abordar, ou mesmo tentar, mesmo em um drama altamente elaborado com mil páginas, imagine numa animação cheia de metáforas e alegorias visuais para estruturar as condições e convenções que sumarizam e representam a humanidade...
Isso é o Studio Ghibli em resumo. Tomar temas complexos e que exploram a natureza humana e abordá-los, dissecá-los e explorá-los através de animações belas - mas sem perder conteúdo.

Não sei se tenho um favorito (ainda faltam muitos dos filmes do estúdio para que eu assista), mas existe algo de único e intrínseco da mitologia e cultura japonesas em Princesa Mononoke que eu tenho grande dificuldade de imaginar outro filme.
De Hayao Miyazaki eu tenho certeza que é o melhor, do estúdio talvez eu penda para Túmulo dos Vagalumes (o filme sobre os irmãos sobreviventes da bomba atômica), mas não sei se por muita diferença.

Recomendadíssimo!

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