Drive (2011) do diretor Nicolas Winding Refn baseado no livro de James Sallis (de 2005) traz Ryan Gosling no papel principal do motorista de fugas/dublê/piloto de carros de corrida/babá que, bem, é o personagem mais genérico e chato de todo o filme.
Não que eu queira discutir a contida e excelente atuação de Gosling no filme - que mostra uma virada enorme de seus papéis anteriores para chegar ao status cultuado que hoje vive com papéis realmente bons, reconhecimento da crítica (ainda que eu ache difícil que ele bata Casey Affleck ou mesmo Denzel como melhor ator no Oscar desse ano) - só que, sejamos francos, ele não é o ponto forte do filme.
Vou além, pois o filme tem uma história bem 'mé' e que é o apogeu do "estilo sobre substância": a trilha sonora é assombrosa - e eu me vejo ouvindo de tempos em tempos bem mais do que eu quero ver o filme - a edição de fotografia consegue capturar sempre os melhores ângulos, as melhores imagens e mesmo o banho de sangue mais da metade para o final ainda é lindo e bem capturado.
Só que a história envolve o protagonista que se envolve romanticamente com sua vizinha (cujo marido está para sair da cadeia em liberdade condicional) e cujo chefe/patrocinador é um mafioso escroto para quem o marido da vizinha deve (alg)um favor. Não, não é o melhor resumo que você lerá em sua vida, mas não duvide do quanto ele é acurado...
Ainda assim, porque isso é ruim (ao menos para filmes de ação)?
John Wick (De volta ao jogo) de 2014 também traz uma história bastante mé (sério, ele sai em todo um caminho de vingança porque mataram o cachorro dele, pô!) mas com incrível trabalho de câmera, coreografia para cenas de ação e, de novo, uma excelente trilha sonora e por acaso o assassino de terno é levado a sério? Nem John McClane ou outros tantos antes e depois dele(s).
Mas sei lá... Tem gente que vai procurar pelo em ovo ou existencialismo no niilismo (ou que vai se chocar ao me ver na fila para assistir Lego Batman sem uma criança por perto)...
No fim, é um filme divertido, estiloso, com algumas acentuadas e boas performances (Carey Mulligan, Oscar Isaac e Ron Perlman espetaculares - cada um em sua bem diferente nuance e tom exigido pro filme - enquanto Christina Hendricks só precisa de uma cena para, bem, roubar a cena, enquanto isso o excelente Bryan Cranston aqui está caricato até dizer chega...) e que se não valer pela parte da ação, vale pela narrativa tangente dos inter-relacionamentos dos personagens e claro, a trilha sonora.
Nota: 7,0/10
O filme Drive é um dos meus preferidos. Li o livro em que esta baseada faz alguns anos e foi uma das melhores leituras até hoje. Que ator Ryan Gosling seja o protagonista de um filme automaticamente leva ao êxito. Ele sempre surpreende com os seus papeis, pois se mete de cabeça nas suas atuações e contagia profundamente a todos com as suas emoções. Adoro porque sua atuação não é forçada em absoluto. Excelente filme, desfrutei muito, recomendo seu filmografia!
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