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15 de dezembro de 2016

{Resenhas de quinta} Deuses Americanos - Neil Gaiman

Nota: 6,5/10
Não quero parecer aquele hipster chato (porque eu aceito a parte de 'chato', mas hipster?), mas sim, eu conheço o trabalho de Neil Gaiman de antes dele ser legal, de ser popular.

Droga, eu comprei o volume da Conrad (o mesmo da capa ao lado) e tenho ainda hoje aquela edição que veio manchada de tinta (não sei porque até hoje), e, contrariando o papo hipster, eu não gostei de Deuses Americanos tanto assim quando li da primeira vez.

Explico. Eu conheci Gaiman através dos quadrinhos, e, li sua magistral série autoral Sandman de começo a fim antes de ler Deuses Americanos, e isso é bem difícil de se partir, pois é uma das melhores hqs de todos os tempos - e eu fiz uma lista em 2015 e coloquei Sandman em 4 lugar, mas vai por mim, não sou só eu que pensa isso afinal a série colecionou prêmios pelo mundo todo incluindo uma série de 'primeiros' para os quadrinhos, e primeiros lugares entre as melhores hqs de todos os tempos.

Com um enredo que permeia as condições de deuses, fábulas e toda estrutura de histórias que existem como, bem, coisas que existem de fato, Sandman passeia entre o imaginário e real como incrível facilidade e é o que permite o maior impacto da excelente caracterização humana dos personagens (que sem dúvida se deve ao talento anormal de Gaiman).

Deuses Americanos TENTA fazer o mesmo, com, bem, deuses que se descobrem bem reais em um mundo cínico e bem real que é o nosso, e, ainda que tenha muito de louvável, ainda que tenha muito da genialidade e da narrativa de Gaiman, eu tenho que dizer eu não acho um livro brilhante. Acho lento, com um tempo anormal para chegar em algo interessante e um protagonista que a palavra 'entediante' combina perfeitamente.

A caracterização inicial é bastante clichê, o livro se leva a sério demais (mesmo quando o fantástico se dá como real - algo bem diferente do divertido 'Filhos de Anansi') e o protagonista Shadow tem o carisma de uma lixa (sim, sim, ele se vê preso em um mundo que não criou e Sérgio Aragonés já tirou sarro dessa ideia em 1996).
Isso é o ruim.

O bom é que é Gaiman, ainda que em uma de suas primeiras empreitadas literárias - ele foi se aprimorando e conseguiu resultados bem melhores com 'O Oceano no fim do caminho', por exemplo - mas é um livro divertido.
Pra quem não conhece Sandman, então, vale bem a pena como porta de entrada para o universo do autor.

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