Nota: 10! |
Amadeus de Milos Forman (1984) é uma obra-prima inteligente e brilhante em cada tênue detalhe.
Já começando pelo título: Amadeus.
É absolutamente genial o que leva a escolha deste e não de 'Mozart' (o nome mais famoso do brilhante músico). A razão é que 'Amadeus' é o nome do meio (entre Wolfgang e Mozart) e esse é o princípio desse filme biográfico (no caso uma adaptação de peça de Peter Shaffer de mesmo nome, mas o princípio é o mesmo) de tangenciar entre a realidade dos fatos e a ficção estruturada que uma versão romantizada da biografia.
Contado sob a perspectiva de Antonio Salieri (F. Murray Abraham) retratado suas memórias e a sua 'versão' de como matou (ou foi responsável direto, para ser mais preciso) Mozart (Tom Hulce).
Nisso entra o brilhantismo do roteiro soberbamente escrito, relatando a história com certo distanciamento (uma vez que o narrador é um senhor, idoso e senil que vive em um sanatório e que relata fatos de décadas atrás), que inclusive faz enorme sentido em se tratando da história do músico, uma vez que nem todos os passos de sua vida são notórios e conhecidos.
Como o fato dele ser enterrado em uma vala comum (que alguns pesquisadores acreditam não ser verdade, ainda que não se saiba precisar onde ele de fato esteja enterrado), para ficar em apenas um exemplo - e francamente nem acho que seja necessário avançar para outros pois estou longe de ser um especialista na biografia de Mozart, e acho que já estabeleci que o filme abre o precedente para inacuracias subsequentes da história com a condição do narrador.
Só que eu preciso elogiar o filme mais um pouco.
Além das excepcionais construções das óperas (lindamente recriadas E criadas para contar as peças de Mozart e Salieri) da espetacular reconstrução da época (figurino, cenários e tudo mais) e dos personagens muito bem talhados, construídos e caracterizados (ou seja, excelente roteiro e atuação) essa obra é uma aula de cinema, na condução do roteiro, das formas de atrair a atenção do espectador e entretê-lo...
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