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21 de agosto de 2016

{EDITORIAL} O Saldo Olímpico

O Mundo não acabou.
Ninguém morreu devido as más condições e péssimas estruturas (as águas poluídas, os prédios mal acabados e todo vexame que Eduardo Paes é responsável único e exclusivo), e o maior vexame efetivamente foi um nadador babaca.
Na verdade, passou bem longe dos desastres de Munique em 1972 ou Atenas de 2004 (ei, eles estão em crise graças a isso AINDA).

O Brasil mostrou DE NOVO que sabe e faz um evento global digno de nota, ao contrário do que uma enormidade de antecipação negativa (dessa vez não só da VEJA e suas cupinchas da mídia nacional, mas de âmbito global, repercutindo dos EUA com sua goleira de futebol temendo o vírus da Zika, com enormidades de deboches em programas como de Stephen Colbert, Jon Oliver e tantos e tantos outros, que incluem os editoriais britânicos, canadenses e tantos outros).

Ainda assim, vimos muitas e muitas vezes uma enorme vergonha ignorada.
A atleta negra e lésbica, primeira medalhista brasileira, que foi saudada como heroína (que é) pela mídia e população hipócrita que condena justamente a estes (negros e homossexuais).
O gênio incontestável e absoluto de Michael Phelps ofuscado pela cretinice de um escândalo - que, diga-se de passagem também ofuscou outro escândalo, no caso um crime idêntico ao relatado pelo nadador americano que ocorreu a outro atleta semanas antes, mas, por ser de uma delegação menor e menos importante mal teve repercussão.

Injustiças permearam o evento, claro, como sempre se dá com esportes.
Sim, a eliminação prematura do vôlei e futebol femininos foram tristes, assim como o ouro olímpico ao futebol masculino que foi vergonhoso (após dois empates horrorosos com times fracos e com toda a cara de que conquistado a base de malas brancas nos bastidores, com uma Alemanha contente com um empate na final só para dizer o mínimo). Mas é o tom 'jornalístico' que realmente assusta, e esse é o máximo que vou falar sobre o assunto (se bem que o parágrafo anterior já comentou algo sobre isso).
Assim como os atletas refugiados, que, infelizmente, não conquistaram uma só medalha - mas seu reconhecimento já é suficiente para orgulho (ainda que tenha a confusa situação dos "atletas independentes" que não são refugiados mas também estão sob a bandeira do COI).

Será lembrada, e sim, fez história.
Quem sabe lembramos disso na próxima vez que o país for sediar algum evento?

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