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| Nota: 9,0/10 |
Confesso que não vi muito interesse na série com a nova Ms Marvel quando ela saiu alguns anos atrás após o mega-evento 'Vingadores vs X-men' em 2012.
Motivos não faltavam (mais uma série mensal em meio a tantos e tantas coisas publicadas pelas grandes editoras mirando leitores com mais renda que juízo), e, francamente, após esse tempo eu vejo que estava bem errado.
Não que seja a reinvenção dos quadrinhos como arte e expressão narrativa/visual. É, francamente, algo bastante lugar comum e previsível desde que Stan Lee criou o Homem Aranha em 1963 (nerd abobalhado ganha super poderes e, além de ganhar o respeito dos colegas de colégio que outrora o desprezaram, o personagem agora também tem a oportunidade de revidar por todos aqueles anos de abuso).
O genial, porém, aqui é que, não apenas é uma garota a nerd abobalhada como uma garota parda (paquistanesa para ser mais preciso) e para o ódio de muitos muçulmana.
Pra mim, o grande ponto positivo e motivo para ler essa hq é justamente esse. Ver essa família tipicamente normal, lidando com sua vida tipicamente normal e com todos os clichês de quadrinhos de super herói que já foram inventados, mas com essa condição simples de mostrar, que, bem, mesmo as pessoas diferentes não são assim tão diferentes.
É verdade que isso causou alguma(s) polêmica(s) principalmente pelo motivo da personagem ser muçulmana, como acontece com gente intolerante em toda circunstância... Como o caso de criticar um ator negro no papel do Tocha Humana - bem antes do filme sequer ser lançado. Seja como for, sou da filosofia que não se deve presumir culpa ou intenção criminosa de alguém por sua nacionalidade, etnia ou religião.
Enquanto essa é uma hq bem distante de reinventar a roda, ela pelo menos mostra que a mesma roda que funciona para o jovem caucasiano protestante (?) pode funcionar para a jovem paquistanesa muçulmana.
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