Eu sei que eu apostei contra, eu sei que eu falei já um pouco sobre como eu não gostei do filme... Mas a semana está morna e resolvi me estender um pouco mais no assunto.
Meu problema com o filme, bem, são vários.
O diálogo truncado, a versão romantizada de uma notícia jornalística, a idealização do jornalismo (e de sua importância no mundo moderno)... Mas, verdade seja dita, é mais ou menos o mesmo problema que eu tenho/tive com The Newsroom da HBO, e, até em partes, o mesmo problema que tive com o filme do Facebook do brilhante David Fincher.
Na verdade, o único motivo que vejo para o filme ganhar um Oscar nesse ano, se deve a toda a polêmica da falta de diversidade no prêmio desse ano... (Algo que o filme tem uma cena que sumariza a situação, em que Stanley Tucci e Mark Ruffalo conversam sobre a dificuldade de seus personagens, um judeu armênio e um português, viverem em um mundo dominado por católicos brancos). Um tanto irônico considerando que os atores retratando o judeu armênico e o português estão mais para caucasiano em qualquer aspecto...
Na verdade, o único motivo que vejo para o filme ganhar um Oscar nesse ano, se deve a toda a polêmica da falta de diversidade no prêmio desse ano... (Algo que o filme tem uma cena que sumariza a situação, em que Stanley Tucci e Mark Ruffalo conversam sobre a dificuldade de seus personagens, um judeu armênio e um português, viverem em um mundo dominado por católicos brancos). Um tanto irônico considerando que os atores retratando o judeu armênico e o português estão mais para caucasiano em qualquer aspecto...
Não é que o filme seja intrinsecamente ruim e que a história não deva ser contada... Na verdade, a história dos padres pedófilos precisa e deve ser mais e melhor abordada. Muitos de nós (fora de Boston) não lemos as íntegras das notícias e investigações do escândalo.
Fora do escopo do jornal em questão, a notícia chegou e chega diluída - e o filme não ajuda a contextualizar a coisa melhor, só a explicar porque a notícia chega diluída.
Nisso, um documentário ou mesmo uma série do Netflix como "Making a Murder" seria mais interessante... Mas, verdade seja dita, não é exatamente uma história que requeira lá muito tempo, contexto e explicação. Padres molestam criancinhas (e a Igreja acoberta a coisa toda).
Se você quiser uma versão pouco mais longa e completa, tem a sketch do Louis C.K., mas não foge muito disso.
Não que haja algo de cômico, não que a situação seja corriqueira e devamos ignorar (pelo contrário, muito, muito pelo contrário) só que, tentemos manter uns dois minutos de seriedade e honestidade aqui. Existe um motivo, por mais absurdo e anacrônico que seja, que justifique a existência da igreja católica, e esse é o ponto focal e crucial para que entendamos todo o absurdo e abuso que a instituição representa.
Está no fato do controle da mídia para manipular histórias desfavoráveis - e ocultar e controlar por décadas pesquisas e dados sobre e contra a instituição. No fato das relações públicas da Igreja reverterem o absurdo apoio oferecido aos nazistas na segunda guerra... Nas guerras santas e, bem, em toda a história sombria sobre as campanhas 'humanitárias' na África.
E claro, nos milhões de fieis e devotos que fazem e farão vista grossa a este(s) fato(s) e atrocidade(s) porque existe uma mensagem de amor e unidade na Bíblia (bem, mais ou menos)...
Cabe nisso o grande problema da coisa toda - que acaba como um enorme exercício de futilidade.
Nota, inclusive, que cabe à história muito mais interessante do pesquisador que serve de fonte à investigação jornalística e que tabulou décadas de dados sobre o assunto, mas que teve sua pesquisa enterrada e ignorada década após década.
Nota: 4,5/10
Nota, inclusive, que cabe à história muito mais interessante do pesquisador que serve de fonte à investigação jornalística e que tabulou décadas de dados sobre o assunto, mas que teve sua pesquisa enterrada e ignorada década após década.
Nota: 4,5/10
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