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17 de março de 2016

{Resenhas de Quinta} David Aja - O Homem, o Mito!

Não acho que eu tenha gasto muito de meu francês falando e defendendo a série de Gavião Arqueiro com Matt Fraction e David Aja.

Eu sei que elogiei, em algum momento, e agora aproveito e enfatizo o principal motivo: David PQP Aja.
São os detalhes (como a capa ao lado, com a composição que atribui pontos e detalhes para chamar a atenção do observador) e o uso cinemático da arte que transforma uma história normal em, uma série espetacular.

E fica claro já na edição quatro quando Aja é substituído pelo também brilhante Javier Pulido (e o roteiro aquém de Matt Fraction - qualé, quantos batedores de carteira estavam de prontidão só naquela cena do táxi? - ganha destaque e não a arte espetacular).

Aja é um dos artistas mais interessantes contemporâneos, responsável pela excelente série do Punho de Ferro (Fraction também trabalhou nessa, mas o gênio nos roteiros residia em Ed Brubaker, então...)

Não que Fraction seja um péssimo roteirista, longe disso. Ele abraça os absurdos e faz o melhor que pode com o material à disposição (a cópia carbono do Arqueiro Verde não é exatamente Macbeth, todo mundo há de convir), e, pela primeira e única vez na história da Marvel faz algo que tira o personagem da sombra da sua versão melhorada da DC.

Fraction abraça o lado perdedor esforçado do Gavião Arqueiro e o quanto é ridículo que esse cara com um arco e flecha lute ao lado de deuses nórdicos, maravilhas tecnológicas, magos poderosos e mutantes capazes de destruir montanhas com o abrir de seus olhos...
Esse é o ponto da série de Fraction e Aja, e, isso é o que destaca a série em meio a tudo que existe por aí.

Vale muito a pena ver a bela caracterização (pela primeira vez desde a criação do personagem fora da sombra do Arqueiro Verde), vale muito a pena pela excelente arte e estrutura de narrativa visual que David Aja compõe para cada página e cena completamente diferente do que existe por aí, e principalmente incrivelmente inovadora (cinemático mas ainda existe aquela atenção à detalhes que torna épico como um quadro).
Fraction também consegue compor personagens e situações interessantes (mesmo que bizarras, como a gangue dos 'Bros' e os outros detalhes ridículos que vão se acumulando), mas é um ponto interessante de uma série que não se leva a sério a ponto de tentar jogar um palhaço psicótico ou coisa do tipo (tá, tá, eu sei que aparece um vaudeville psicótico na série mais tarde, e entendo a ironia).

Grande leitura, vale a pena com certeza.
Nota: 9,0/10 (se fosse 100% Aja seria 10).

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