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25 de fevereiro de 2016

{Um ano depois} A era de Ultron

ATENÇÃO: Esse é um post feito às pressas para pagar uma aposta acomodando uma imagem de um gato e um texto sobre filmes da Marvel (então, ta-da!).

Estava discutindo com uns amigos sobre os filmes da Marvel - alguns, não só amigos, destacado o quanto 'A Era de Ultron' foi decepcionante, enquanto eu enfatizava que decepção mesmo foi Homem Formiga que abriu mão de Edgar Wright pra fazer, bem, aquele resultado que temos.

Considerando o espetáculo, pra mim Era de Ultron é um filme tão empolgante quanto qualquer filme que a Marvel possa ou vá produzir. Genial? Nunca, e acho difícil dizer isso de qualquer um dos outros (com exceção de Guardiões que eu realmente adorei), que seguem bem a estrutura de filmes de ação sem muita necessidade por envolvimento e comprometimento mental.
Tem um lado ruim, tem um lado bonzinho e os dois vão se enfrentar pelo destino do planeta.
Não há exatamente espaço para grandes reflexões (É, é, Tony Stark vende armas para os terroristas mas ele é um dos caras bonzinhos... Como os EUA treinando o Talibã durante a Guerra Fria, não é como se nada de ruim surgisse disso, né?).

Droga, o filme mais conceituado de toda a Marvel é justamente a reunião dos Vingadores no primeiro grande filme de Joss Whedon, e, eu particularmente não acho o primeiro filme toda essa Coca-Cola.
A primeira parte é lenta e chata, Maria Hill é insuportável e o Gavião Arqueiro só não é mais nulo que o cara jogando Galaga (e sério, tem um cara jogando Galaga numa estação altamente tecnológica numa plataforma militar multibilionária - arriscando o que parece ser um emprego dos sonhos...?), em algo que, ainda que funcione no final, tem suas arestas e uma série de problemas.
É Disney, então, obviamente é produto para vender merchan mais que produzir um bom conteúdo (se der, ótimo, une o útil ao agradável, mas o merchan é mais importante, não tenha dúvidas jamais).

De novo, nada de exatamente inovador (o plano de Loki não é exatamente um primor e suas ferramentas para obter os resultados não são exatamente algo que requeira elegância ou gênio - é uma varinha mágica e um cubo azul brilhante que fazem de tudo que o roteiro precisa que façam, quando precisa que façam). Claro, boas cenas de ação, atores carismáticos e, sem dúvidas é um filme divertido.

Só que a Era de Ultron é mais.
O Hulk combatendo o Homem de Ferro é uma das cenas mais brilhantes de todos os filmes da Marvel combinados, e a ação no geral é muito bem desenvolvida e interessante como um todo. Ultron de James Spader é um vilão fascinante (ameaçador e com enorme presença).

Claro, o roteiro é bem raso em vários outros aspectos (a 'Era' parece mais um fim de semana prolongado no máximo, e talvez o filme funcionasse melhor se tivesse menos personagens - confesso que não vi necessidade no Visão, e como já destaquei na minha primeira resenha, acho que os Irmãos Maximoff precisavam de mais desenvolvimento para fazer sentido no filme).

Não sei exatamente o que os espectadores decepcionados esperavam (ou viram no primeiro filme para achar que é a segunda vinda de Jesus...), mas entendo que poderia ser melhor.
Sem dúvidas.
Ultron é um personagem para uma reflexão mais complexa uma vez que se trata de uma narrativa bastante tradicional - a do monstro de Frankenstein, ou, se você aborda o sentido mais bíblico, de Caim.
É a condição definitiva sobre a responsabilidade pelo que criamos, e para isso funcionar há a necessidade de peso e impacto - porque você acha que Hank Pym se torna violento, irracional e tem distúrbios de personalidade, chegando a espancar a própria esposa... DEPOIS de criar Ultron?

O filme não se importa exatamente em desenvolver os personagens de maneira que esse tipo de reflexão seja pungente... Tony Stark cria um monstro assassino em massa e cenas depois resolve que é uma boa ideia fazer tudo de novo, e enquanto haja algum debate por conta de quem concorde/discorde, não existe uma ramificação. Não existe um debate ou espaço para algum questionamento (como nos filmes de Nolan com o Batman).
O fato que Whedon escolheu Ultron como o vilão mostra que ele pretendia abordar mais dos temas sombrios e tenebrosos dos heróis da Marvel e até trazer um pouco dessa reflexão sobre seus atos e ramificações - com a Disney e provavelmente algumas das prima-donas (*coff, coff, RDJ) pediram para atonar e deixar a coisa toda mais genérica e divertida para toda a família.

Bem, funciona para mim.

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