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19 de março de 2015

RESENHAS DE QUINTA - 18/03

POWERS S01-E01 PILOT

Se eu disser que eu conheço alguma coisa de Powers além do título - e seus autores nos quadrinhos - estou mentindo. Quis comprar nas duas vezes que a série saiu no Brasil, mas achei os preços proibitivos (o último que vi, da Panini passava dos R$100,00), e a falta de empenho nas editoras em continuar a série desencorajadoras.
Então assistir o primeiro episódio da série parece lógico.
Não que eu esperasse qualquer coisa ao nível de Cidadão Kane - e é bem óbvio que mesmo a produtora Sony não investiu tão pesado no negócio, afinal é um produto voltado/exclusivo/produzido para a plataforma de videogames Playstation, não para os grandes canais.
Está longe de ser péssimo (como Gotham), mas precisa desenvolver bastante o ritmo para fluir. Ainda que os personagens sejam o forte (e o foco), as narrativas acabam truncadas, algumas das histórias paralelas soam como demais para um único episódio, e a série acaba fracassando nas tentativas de sobrepor efeitos especiais (ainda que pareça a intenção da série de mostrar os efeitos especiais como algo infantil enquanto o desenvolvimento humano é mais maduro e trabalhado). Mas eu acho que o legal, que o diferencial é justamente essa perspectiva de gente normal num mundo absurdo.
Eu simplesmente odiei os efeitos especiais de alguns dos poderosos (Johnny Royale, principalmente, perto dos efeitos de teleporte do Noturno em X-men 2, aqui ficou bem amador), inclusive a atuação destes poderosos (de novo, Johnny Royale, que personagem babaca, e parece que será importante nos episódios vindouros).
Já estamos meio saturados de gente super poderosa brigando pelo destino do universo, porque não um pouco da perspectiva do zé-ruela que está tentando vender seguros num mundo em que seu carro pode servir de projetil em brigas de super heróis?
Não acho que desmereça. A série tem muita competição atualmente, e fazer algo baseado em quadrinhos que, ao mesmo tempo remeta a isso - e busque esse público - é desafiador, mas ainda mais é dar uma identidade própria, uma voz para que a série se distingua do "show-com-gente-poderosa-número-237".
Pode vingar, pode render.
Por enquanto é só aposta e muito 'já vi isso (melhor) em algum lugar'.
Nota 7,0/10.


THE MANHATTAN PROJECTS - THE SUN BEYOND THE STARS 01
(Roteiros: Jonathan Hickman, Arte: Nick Pitarra, Image Comics, 31 páginas, US$2,99).

É uma continuação da série anterior que terminou no número 25, mas aqui a premissa é razoavelmente diferente, com uma estrutura levemente alterada. Segue a equipe criativa e os personagens (e a ideia, claro), mas de resto muita coisa mudou.
Pra quem não conhece a ideia, é basicamente como seria o mundo se todos os cientistas fossem, em linhas gerais, gênios do mal de uma forma ou outra.
Uma vez que o mundo não se fez somente de gênios, personagens marcantes como o cosmonauta Yuri Gagarin e a cadela Laika são figurinhas carimbadas, e aqui ganham um destaque maior, numa história tipicamente de ficção científica (bem próximo de Guardiões da Galáxia, com foco a um bar para alienígenas bizarros como em Star Wars), e enquanto muito bem escrito e divertido, parece muito além do escopo com o enfoque muito menor à ciência maligna (um dos slogas da série - Science. Bad), que a ficção científica maligna.
É só a primeira edição da série/mini-série e com certeza muita coisa ainda vai acontecer, mas é um começo beeeeem lento. Difícil de empolgar...
Talvez lendo tudo de uma só vez num encadernado seja diferente.
Nota: 6,5/10

CHRONONAUTS# 01
(Roteiros: Mark Millar, Arte: Sean Gordon Murphy, Image Comics, 31 páginas, US$2,99)
Não vou mentir: Só li pelos nomes envolvidos.
A premissa não é nada nova (ainda que o título seja bem foda), Mark Millar faz tempo que vai entre o previsível e forçado para chamar atenção, mas curiosamente é a primeira série nova (sem reboots ou remakes) que eu destaco nessas últimas três semanas!
Ainda assim, a série consegue ser bem empolgante e dinâmica ao estabelecer a origem dos tais crononautas, desenvolvendo sua relação, constituindo suas motivações e, basicamente permeando tudo que um leitor tem de saber para compreender essa série.
Só que, como eu disse, não é nada novo.
A própria Image lançou uma série bem pouco diferente disso com Black Science de Rick Remender (minhas opiniões sobre aquela série estão aqui), ainda que mais voltada para viagens espaciais que temporais...
Viagens impossíveis pelas variáveis físicas indiferente do motivo.
Pode até acabar virando uma série espetacular contanto que os personagens saiam da estrutura clichê e tornem-se satisfatoriamente desenvolvidos.
Boa história ainda que um tanto previsível, belamente ilustrada.
Nota: 7,5/10.

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