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7 de fevereiro de 2015

{EDITORIAL} O resultado da falta de preparo

Caro leitor, começo este texto com uma pergunta difícil; Você já pensou o que será de seus bens (e débitos) após sua morte?

Longe de querer começar uma discussão mórbida (ainda que seja) essa é uma questão das quais o mundo tem soluções fáceis e práticas. Uma delas já bastante convencional não é nenhum pouco comum na terra tupiniquim, um contrato padrão que define de maneira simples e detalhada a repartição dos bens definida pelo proprietário. Qual o nome desse recurso mágico que evita a laboriosa, enfadonha e horrível experiência de um inventário, você me pergunta?
Um documento chamado TESTAMENTO, reconhecido pelo artigo 1626 do código civil, podendo ser público, cerrado ou particular.

Custa, no estado de São Paulo R$1237,00 (como traz o link, que também traz informações sobre o procedimento: http://www.cnbsp.org.br/AtosNotariais.aspx?AtoID=16&AspxAutoDetectCookieSupport=1), e pode ser alterado sem grandes complicações, apesar de custos subsequentes.

Pra quem já passou por um inventário - e sabe toda a dor de cabeça de transferir documentos pro nome, pegar assinatura de parente em quinto ou sexto grau mas que por formalidade da lei também é considerado herdeiro - sabe que um processo desses não fica por menos de dois mil reais, além de ser moroso, complexo (de novo, você vai conhecer herdeiro que não fazia ideia que existia) e chato.
O pior: Você dificilmente estará com cabeça pra isso, uma vez que lida com luto, e gente mau caráter (juro que não é direcionado a advogados pois é nesse momento que você conhece a sua família, vai por mim) que vai buscar a oportunidade para ganhos pessoais.

Então... Porque parece um insulto tamanho perguntar pra alguém sobre pensar nessa eventualidade?
Eu trabalhei por um bom tempo em um banco, e dentre o leque de produtos havia o seguro de vida, que, posso dizer sem nenhum medo, é mais difícil de vender para muita gente (com algumas objeções bem cabeludas e preocupantes sobre o estado marital das pessoas) do que a ideia de um financiamento de vinte, trinta ou até mais anos.
Isso nunca entrou na minha cabeça. Porque é mais fácil contrair uma longa e penosa dívida que pensar na cobertura de nossos entes queridos?

A resposta está em toda parte, ainda que seja uma resposta difícil de digerir.
Não temos a mentalidade de planejar e pensar a longo prazo. Não é nosso - e esperamos não estar aqui quando isso for - problema.
Veja o alarmante crescimento de casos de dengue no Brasil ou a crise hídrica no estado de São Paulo. Dois problemas que em teoria são bastante simples, se o planejamento for executado e seguido.

Não existe nenhum segredo nisso: Evitar um problema ou resolvê-lo quando ainda é pequeno é muito mais fácil (e custoso) que quando a situação já tiver descambado.

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