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6 de fevereiro de 2015

{RESENHA} BORGES + BIOY

Dados bibliográficos: Biblioteca Azul, 2014, 253 páginas.
Título original: Crónicas de Bustos Domecq (1967) e Nuevos Cuentos de Bustos Domecq (1977)
Resumo dinâmico: Meh.

Resenha: Se existe algo que eu talvez nunca vá entender sobre esses livros é o quanto eles me decepcionaram...
Quer dizer, ninguém nunca me disse que eram obras-primas.
Eu nunca tinha lido resenhas incrivelmente favoráveis sobre o trabalho, e, eu conhecia os autores individualmente (inclusive com uma boa leitura de boa parte do conjunto da obra de ambos), mas muito pouco ouvia de um trabalho conjunto da dupla.

E acho que é justamente aí que reside o problema.
Borges sozinho é espetacular, criativo, brilhante e talvez o maior autor literário de todos os tempos.
Bioy é genial, compôs peças raras e interessantíssimas e é um discípulo de Borges que às vezes até supera o mestre.
Como imaginar que juntando duas coisas fantásticas o resultado seria tão... Meh?

A escrita é fascinante, os autores continuam criando algo notável - aqui na figura de Bustos Domecq, o nom de plume das peças reunidas nessa antologia

Bustos Domecq é um personagem fascinante, com uma história ricamente criada para ser praticamente uma terceira e coletiva persona para tanto Borges e Bioy, e é uma personalidade interessante. Só que é uma pena que vejamos tão pouco dessa figura.
Ele fica nas margens, narrando a ação de histórias banais, ora tolas e por boa metade do livro - nas crônicas - de uma literatura nada fantástica ou interessante.

Quer dizer... Há algo realmente rico, há algo interessante como em Transmetropolitan em que um repórter malucão percorre uma cidade absurda e retrata essa cidade.
Nos dois casos o protagonista é mais interessante que suas histórias e a piada não dura muito tempo (depois de uma ou duas histórias já vai soando repetitivo). A diferença é que Domecq é mais interessante que Spider Jerusalém, mas até aí...

Sim, sim, é uma crítica à sociedade argentina e seus costumes, blá, blá, blá (eu citei Transmetropolitan justamente porque  entendi o mesmo tom sarcástico/caustico do negócio), só não vi graça.
Tudo é brilhantemente bem escrito, com uma competência ímpar, sem dúvidas ou questionamentos sobre isso, só falta nas histórias algum diferencial, algum tempero...
Quer dizer, na segunda metade, nos novos contos de Domecq, há uma luz do fim do túnel.
Algumas das histórias são boas, mas depois de tantas crônicas enfadonhas, acaba sendo muito pouco (pois mesmo dos contos não se aproveita 100%) e muito tarde.

Nota: 5,5/10.

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