Recentemente, devido ao estresse do cotidiano (trabalho, tese e a necessidade de cada vez mais horas de lazer para tirar o estresse do meu sistema) e as idas e vindas da gripe o tempo que vem me sobrando parece cada vez menor.
Então tento utilizar esse pouco tempo que tenho da melhor maneira possível e, portanto utilizá-lo com algo que valha a pena.
Dei uma zapeada nos filmes e séries novos, sondei alguma coisa interessante para assistir e... Bem, preferi voltar aos antigos seriados da HBO Família Soprano e The Wire.
Mas confesso que me assusta a constante falta de criatividade que vi.
São incontáveis spin-offs de séries que abusaram de sua permanência (The Walking Dead está ganhando um derivado - que não é adaptação dos quadrinhos, só existe no mesmo universo - e os criadores de 'How I met your Mother' estão lançando um derivado que é, criativamente, 'How I met your Dad' - não sendo a história da mãe da série original, diga-se de passagem), sem contar os crossovers (Os Simpsons estão abusando disso!) os remakes (como Gracepoint que é a versão americana da britânica Broadchurch - que também não tinha nada de original, já que era Twin Peaks sem a psicodelia) e adaptações sem graça (Aqui dava pra fazer uma lista enorme, mas não é necessário ir além da já sem-graça tirinha 'Lili a Ex' do Caco Galhardo).
Continuam a lista as continuações sem pé-nem-cabeça (eu ainda não entendi o motivo do primeiro Transformers, e alguém me diz que saiu o quarto esse ano?!?!), e claro, o 'humor' que abunda nas comédias brasileiras (não bastasse todo ex-CQC se achar engraçado - no CQC - e seguir uma carreira solo com gente achando que eles são engraçados ainda existem umas assombrações sem graça como essa tal 'Samantha Schmütz' que parece adepta da escola de humor que se chama 'ser irritante').
Apesar disso tudo, acho que o ponto baixo mesmo veio quando me deparei com o filme 'Condução Perigosa' com John Cusack.
Porque é o ponto mais baixo?
Bem, porque além de ser uma 'comédia-de-ação-e-crime' é também a mesma premissa de um episódio da (bem fraquinha) animação "Jovens Titãs em Ação"> Um criminoso precisa de bodes expiatórios para dirigir o carro enquanto ele comete crimes.
E ainda que já tenham adaptado um desenho do Pernalonga pra fazer a mesma coisa, bem, pelo menos era o Pernalonga (e os envolvidos todos muito ruins). Tanto John Cusack quanto Thomas Jane estiveram em algumas produções muito boas nos últimos tempos... Me surpreendo com isso.
Acho que os motivos já foram explorados vez após vez (A necessidade constante por produção de entretenimento rápido e barato para ser digerido e esquecido brevemente pelas massas), mas existe um grande dedo de culpa nosso mesmo.
Nós, os espectadores, o pessoal do outro lado da indústria e que vai receber esse material.
Nós que aceitamos esses padrões baixíssimos de qualidade por inércia tão grande de mudar de canal - ou acessar o serviço de streaming e assistir algo melhor.
Nós que rimos de piadas ruins, que nos emocionamos com drama barato (e histórias mal conduzidas, atores fajutos e direção forçada) e nos assustamos com essa patética tentativa de horror sem contexto ou sutileza (só banhos de sangue e monstros sem sentido).
Enquanto o material bom se perde e esquece e se perde, ao ponto que bons atores precisam se render a péssimos papéis para pagar suas contas.
O que fazer?
Um começo é parar de apoiar material ruim.
Recomende e peça recomendações de amigos sobre coisas que realmente valem a pena gastar seu precioso tempo - e deixe os materiais podres no lugar que lhes é cabido. Deixe que as novelas da Globo encontrem seu estado de putrefação e finalmente deixem de existir assim como toda pseudo-celebridade e seus escândalos.
Se tudo mais falhar, leia bons livros (o que obviamente exclui John Green e qualquer outro autor de livros sobre adolescentes ou masoquistas ou zumbis - ou qualquer combinação dos três anteriores), ouça boa música, promova debates etílicos com amigos.
Mas eu sei que isso é um tanto utópico.
Afinal, nós, seres humanos, abandonar a falta de qualidade? HA!
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