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8 de setembro de 2014

[EDITORIAL] O problema do crime

Eu acredito entre todas as coisas que quando alguém quer discutir o problema das drogas - e, numa tangente, a criminalidade - tem de ser pré-requisito uma compreensão no mínimo clara do cenário todo, e, a maneira mais prática (e até didática) disso é analisar criticamente o seriado "The Wire" da HBO.

Existem muitos problemas. A morosidade da lei que só pode agir posteriormente a execução de atividade criminosa; O financiamento e os bolsos que se ocupam com contribuições/doações para campanhas que alguns (muitos) preferem ocultar; O ego e mais que isso a estrutura de carreiras que força resultados falsos ou incompletos (para compor ou manter estatísticas).

Existem muitas questões sociais (sociedades mais machistas tem uma tendência maior de crimes contra a mulher - muitos não declarados - e o mesmo com sociedades mais racistas, como recentemente nos EUA) e não obstante a tecnologia que sempre estará um passo a frente, e, muitas vezes coloca ainda mais problemas para que a legislação acompanhe ou se enquadre aos processos legais vigentes.

Há também a falsa sensação de que os números (proporções de casos resolvidos, diminuição de mortalidade, aumento de apreensões etc, etc, etc) resultem em melhora na segurança pública, pois, afinal de contas, existe uma incoerente ideia de que a prisão é a resposta para a criminalidade, e, como o video abaixo mostra, bem, crescem as populações prisionais, crescem os problemas (criminosos não se reintegram à sociedade)


E ainda que a proporção de crimes tenha reduzido nos EUA nas últimas décadas, seria a custosa solução empregada a melhor?
Mas... Com a diminuição dos crimes no Colorado - somado ao aumento de arrecadação fiscal - graças a legalização da maconha, não é um bom indicativo de que a forma aplicada hoje é ineficiente? Que tal então o sistema prisional na Dinamarca? Ou o fato que a Holanda está fechando prisões?

Tratar o sistema penal como mera análise de números e estatísticas é de um absurdo que reflete o estado de barbárie que vemos com tanta frequência de delinquência nas ruas e, não obstante, nas prisões.

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