"É impossível expressar o talento pessoal, amplamente, tendo de se
submeter aos interesses de um grupo, que decide o que e como publicar.
Os jovens da Mídia Ninja acham que a grande imprensa é parcial. E, em
vez de defender a imparcialidade, tomam partido e afirmam que a verdade
surgirá do intercâmbio de múltiplas parcialidades. Essa discussão é uma
das mais antigas e, diria, entediantes, depois de tantas madrugadas nos
bares de Ipanema. Apontar a câmera para um lado, e não para o outro, já
significa uma escolha pessoal. Imagens, verbos, adjetivos, tudo isso
expressa uma tomada de posição. Em certos fatos jornalísticos, que
envolvem também a concepção democrática de cada um, fica visível onde
está e o que quer o narrador."
Fernando Gabeira (daqui).
Eu já discordei muito do Gabeira, mas não tem como refutar sua lógica dessa vez.
Vale lembrar do princípio físico que atesta que a presença do observador
imediatamente altera o resultado observado do ambiente natural - como o
Futurama destaca ao dizer 'Você mudou o resultado ao mensurá-lo', para cimentar de vez a discussão.
Afinal, o jornalismo não precisa estar em todos os lugares (isso é serviço das torres de telefonia), mas disseminar informação, e mais que isso, os fatos... A menos que eu tenha perdido alguma etapa importante que mudou isso.
Pra aproveitar tem a entrevista que o Gabeira menciona na matéria - do Roda Viva - e algumas verdades não explicadas sobre o Pablo Capilé (idealizador/mentor/picareta) também parte entrevistada.
Nenhum comentário:
Postar um comentário