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27 de fevereiro de 2013

Grandes clássicos dos Quadrinhos: Hellblazer

Celebrando os 25 anos da publicação da série mensal - e 28 do nascimento do personagem, no mesmo ano que eu, e, curiosamente, mesmo mês - a série chega ao fim na edição 300, agora de fevereiro para dar início a uma nova série mensal (com teor menos adulto, mais voltada para os jovens adolescentes, ao contrário do atual público adulto).

E esse especial pretende retratar - ao menos um pouco - da carreira e obra do mago canalha, John Constantine. Prepare-se, pegue sua garrafa de whisky e um maço de silk cuts e esteja pronto para se aventurar pelas ruas de Londres... Mas tome cuidado: Não é todo mundo que volta com vida...

Nasce um canalha

Idealizado por Alan Moore e Steve Bissete, durante a década de 80, como uma homenagem ao cantor Sting do Police, John Constantine faz sua estréia nos quadrinhos na edição 37 de Saga of the Swamp Thing, publicada em junho de 1985, ganhando cada vez mais foco nas subsequentes edições, incluindo a participação central numa - nunca publicada - série planejada pelo barbudo Moore, o Crepúsculo dos super-heróis, que viria a ser o grande evento da editora DC. Ao contrário disso, ganhou sua revista mensal com um tom mais soturno - e distante do tradicional foco de quadrinhos de super-heróis - servindo assim como a semente primordial para o lançamento do selo Vertigo, de quadrinhos com temática adulta e séries mais autorais.

John Constantine, filho de Mary Anne (morta por complicações no parto) e Thomas (alcólatra e que desdenhava o filho pela morte da esposa), nasceu em Liverpool, em maio de 1953, e cresceu com sua irmã mais velha Cheryl.

Durante a infância ele já dava sinais de seu envolvimento com o oculto, ao amaldiçoar o pai com um gato preto - o que subsequentemente prenderia sua alma ao plano terrestre, após o assassinato pelas mãos do assassino serial Homem de Família (mas estou me adiantando um pouco aqui).

Enquanto jovem, Constantine faz parte do cenário musical com sua banda 'Membrana Mucosa', e chega a fazer turnê entre EUA e Inglaterra, terminando de maneira trágica no clube Casanova, quando o primeiro encontro com o sobrenatural viria por ocorrer, e levaria John a passar algum tempo em um sanatório - onde encontraria-se com Shade, um alienígena com um uniforme mutável, e uma mente nada confiável.

Depois disso ele se envolveria em mistérios numa América (American Gothic, parte do terceiro encadernado  da saga do Monstro do Pântano, por Alan Moore, Steve Bissete e John Totlebaum)  - e mundo - convoluto com o sobrenatural durante sua estréia nos quadrinhos ao lado do Monstro do Pântano, num confronto com a Brujeria para definir as forças definitivas de bem e mal no universo.

E aí ele ganhou sua revista mensal, que entre altos e baixos, só veio realmente a engrenar e ganhar uma voz própria - com um eixo coerente dentro de suas histórias, além (e aquém) do universo do Monstro do Pântano com o arco 

Hábitos Perigosos: Talvez a maior porta de entrada para histórias do personagem, quando John descobre um câncer pulmonar, e, tem de lidar com a situação.
Garth Ennis magistralmente lida com o roteiro e a história de um homem à beira da morte, e nem um pouco disposto a partir.
Seguindo isso, é bastante interessante acompanhar a fase do escritor, com arcos e histórias geniais como o aniversário de quarenta anos, os arcos Medo e Repugnância, Chamas da danação e Um patife às portas do inferno (a conclusão da fase toda). Entre fantasmas, vampiros e demônios, o mago canalha alterna entre o celestial e profano com sua dose cavalar de sarcasmo e boas intenções... Que nem sempre terão bons resultados. Da edição 41 até a 83 (incluindo aí uns dois especiais), ou os encadernados deste período (que devem sair em breve numa nova compilação pela DC/Vertigo).

Vale a menção a um retorno de Ennis ao título, em cinco edições do arco 'Son of Man' (filho do Homem), que traz o mago canalha às vias com o Anti-Cristo.

Depois disso ainda vieram algumas grandes histórias (eu particularmente adoro a fase de Paul Jenkins, que traz várias tramas psicológicas da questão pai/filho, e  abordando uma noção metalinguística bastante versátil, que inclui o encontro de John Constantine com Jesus Cristo - em duas ocasiões), mas a série andou entre uma série de inconstâncias nas vendas, e entre vários altos e baixos criativos (como a saída/afastamento de Warren Ellis depois da não publicação - que para ele foi um ato de censura - da história SHOOT, que tratava do assunto de tiroteios em escolas). 

Ainda existe muito a tratar das histórias do personagem, mas creio que aí estaria saindo de minha proposta inicial. Existem muitos sites especializados com conteúdo para isso - como o Hellblazer Br (trazendo todas as edições publicadas no Brasil, com resumos e ótimos guias), ou mesmo a Wikipedia, que tem uma página bem completinha em inglês.

Fica a despedida ao Constantine para maiores com histórias voltadas para o público adulto, com a esperança que algum dia haja novamente espaço para ele nos quadrinhos (mesmo que nessa nova série voltada ao público adolescente). Afinal, bons personagens não morrem jamais.

(Sobre o final, só posso dizer que foi muito bem montado - e a homenagem na página abaixo a todos os nomes envolvidos na produção e concepção da série como nomes de bebidas na prateleira do bar, convenientemente chamado "o final de uma longa jornada").
Cheers!

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