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18 de setembro de 2025

{Resenhas de Wyndhorn} Helena de Quinta

Quando eu li Supergirl Mulher do Amanhã, eu confesso que a arte da brasileira Bilquis Evely me surpreendeu demais, mas, não foi o suficiente para me vender na ideia e no projeto. Eu já estava desgostoso de Tom King depois de um longo e anticlimático final para sua fase com o Batman - mas não apenas isso.

O roteiro não que seja ruim (mas bom também não é) e é algo como Bravura Indômita no espaço com a Supergirl no papel de John Wayne, digo, o xerife bêbado e acabado, e, eu não sei dizer se isso funciona para mim ou mesmo para a história porque existe uma dissonância entre personagens e história (a história não pertence à persongem e vice-versa ao mesmo tempo que a arte igualmente não pertence à história).

Então, para dizer que eu não me vi minimamente empolgado com a reunião dos criadores para um novo projeto por mais que vencesse o Eisner e o que mais... Então foi pegando poeira na minha pilha de para ler até que eu finalmente dei uma chance, e, bem a arte me surpreendeu ainda mais que em Supergirl - isso eu te digo de graça já do começo.

Helen de Wyndehorn é um quadrinho sobre uma garota (Helen) que perdeu seu pai durante a grande depressão e vai morar com o avô e uma tutora para lhe ensinar, enquanto descobre todo um mundo estranho e bizarro que se parece muito com as histórias que o pai escrevia.

O roteiro não é exatamente algo que mereça tanto destaque mesmo com boas sacadas aqui e acolá e algumas reviravoltas interessantes, a verdade é que o Tom King parece bem mais no modo automático do que capaz de criar algo genuinamente interessante e novo. Parece uma colagem de ideias que Tom King já usou (ou não usou e foram descartadas nos outros projetos) como um narrador não confiável narrando os eventos utilizados para escrever um livro (de Estranhas Aventuras) ou a protagonista que singra entre dois mundos (Senhor Milagre - que é um general na guerra em Apokolips e um sujeito pegando congestionamento em Los Angeles mas é a ideia para a Ametista da DC) e, ainda que eu não possa apontar uma única obra como Bravura Indômita no caso de Supergirl, eu genuinamente vejo uma série de fatos e detalhes que vão se mesclando e me lembram outros trabalhos de diferentes autores principalmente de novelas pulp de espada e feitiçaria (ainda que pareça que Conan e Robert E Howard - que como a contraparte na história, também se suicidou com pouco mais de trinta anos - sejam a maior fonte inspiradora)...

Só que aqui, pelo menos, me parece mais coerente até porque a ideia da história é de buscar uma personagem razoavelmente genérica que singra entre mundos (com o elemento do fantástico e da fantasia de capa e espada com o cenário do mundo real) em contraste com a estrutura narrativa e paralelos deste tipo de história e o período em que foram produzidas, permitindo a arte extraordinária de Bilquis para brilhar criando mundos e personagens fantásticos.

De novo, o roteiro é bem 'meh' ainda que supere boa parte dos últimos trabalhos de Tom King nos últimos anos e mesmo que tenha seus momentos aqui e acolá, é algo entre razoável a medíocre, enquanto a arte é o que justifica a obra, mas não sei se vale a pena recomendar.

É uma leitura agradável, mas, sinceramente, não vai mudar a sua vida e pelo preço cobrado, bem, talvez numa promoção ou numa feira literária.

Nota: 7,0/10.

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