Talvez você nem se lembre mais diante de tanto escândalo e tanto problem que 2025 já nos trouxe até agora, mas não muito tempo atrás, no longíquo mês de maio, deputados protocolaram projetos para proibir bebês reborn.
Porque isso virou um assunto e mesmo uma polêmica, bem, eu não consigo sequer imaginar mas tenho minhas teorias e elas envolvem os merdicos bolsonaristas que trabalham no SUS. Os mesmos que prescreviam tratamento precoce ou kit-Covid durante a pandemia, que vaiaram os médicos cubanos ou criticando duramente 'flexibilizações' ao Revalida (quer dizer, criticando quando o diploma vem de algum país da América Latina porque quando o filho do médico que comprou o diploma numa Johns Hopkins sem saber a diferença de uma veia e artéria, aí pode ser diretor de hospital aqui no país sem problema nenhum).
Nada disso do parágrafo anterior explica a polêmica dos bebês reborn ou sequer a contextualiza, mas ao menos contextualiza um pouco a cabeça de quem estaria ofendido por ver uma pessoa pobre no SUS com uma boneca que custa mais de um salário mínimo, e, que não me espantaria, tivesse filmado uma mãe desesperada carregando a boneca e cobrando atendimento - enquanto a filha ou filho estavam de fato passando mal e aguardando um atendimento por mais de doze horas sem um plantonista ou com o plantonista tirando uma soneca (ou muito ocupado abusando alguma paciente inconciente).
Ou pura e simplesmente porque a direita achou que as bebês reborn seriam a grande pauta moral sobre a decadência da sociedade (da mulher que recebe bolsa-família mas compra uma boneca cara ou da jovem bem sucedida que não quer um relacionamento mas tem esse hobby - ao invés de criar uma família), de novo, eu não sei qual é o motivo que levou esse assunto à baila, só sei que ganhou tração e chegou ao congresso e por mais bizarro que pareça, houve uma perda de tempo considerável nesse assunto enquanto pautas que interessam à vida de todos nós ficam jogadas às traças.
Fim da jornada 6 por 1? Não, não... Temos que criminalizar atendimento à bebê reborn MESMO se não tiver uma única estatística de que isso aconteceu uma única vez sequer em todo o mundo (mais ou menos como aquela lenda urbana de que crianças tentam imitar o Superman e se machucam gravemente). Ah, mas tem vídeo na internet, alguém pode dizer... Da mesma forma que tem vídeo na internet "provando" a fraude na eleição do sujeito (cometendo crime ao filmar o voto) mostrando que digitou 17 e não apareceu o candidato dele cujo número era 22?
O que fica mais interessante nessa história - e no sequestro de um debate sério e de interesse da sociedade, ainda que tenhamos exemplos mais recentes aqui com a PEC da bandidagem - é que esse assunto desapareceu completamente e todos esses deputados extremamente preocupados com o assunto de repente se viram fingindo que o peido que eles soltaram foi só um caminhão de lixo que passou na rua.
Quer dizer, não foi de repente... Foi com o vídeo do Felca que atingiu milhões de visualizações expondo um problema extremamente sério da pedofilia, mas, mais importante, expondo cabalmente a canalhice e incompetência do congresso, e, por conseguinte da direita brasileira.
Enqunato a direita queria criminalizar bebê reborn e a incrivelmente canalha Damares Alves foi ministra da Cidadania e ficou perseguindo moinhos de vento de redes de pedofilia em lugares remotos e de difícil acesso (enquanto obviamente ganhando e desviando muito dinheiro para isso, mas shhhhh), quando as redes de pedofilia estavam correndo soltas NAS REDES SOCIAIS, e, como já era pauta da esquerda desde o Marco Civil da Internet, a Lei Geral de Proteção de Dados e o projeto mais recente de Regulamentação das Big Techs (sabe, aquelas que estão lucrando com os pedófilos monetizando vídeo de criança rebolando na internet?).
Pior até, quando o vídeo do Felca ganhou uma proporção tão grande que mesmo a mídia hegemônica não tinha como ignorar mais, o covarde Hugo Motta se esforçou para ganhar algum capital social e pautar o assunto com a 'Lei Felca', algo que curiosamente especialistas, incluindo o ministro Flavio Dino destacaram, não precisa de lei específica, só abandonar o F e o L e seguir o que sobra, sabe, o ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente)... E mesmo assim a galera da extrema direita tentou barrar o projeto, vale destacar...
Enquanto isso gastam verba pública com deputado pedindo sanções ao Brasil, gastam verba pública com uma CPMI para averiguar gastos ilegais no INSS (que a polícia federal já investiga e vem conduzindo - inclusive com toneladas de evidências que já haviam indícios claros em 2020 e não foi feito nada para coibir naquela época).
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