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1 de novembro de 2024

{Hallowsenhas} Batman-Vampiro: Morto, mas passa bem.

Batman Red Rain (ou Chuva Rubra como foi lançado por aqui) é uma história lançada em 1991 pela DC escrita por Doug Moench e arte de Kelley Jones como parte dos "Elseworlds" da editora que consistem em histórias fora da linha regular de lançamentos mensais, em mundos alternativos e que trazem regras diferentes (como "E se o Superman fosse adotado pelos Wayne? Ou e se a Liga da Justiça existisse no Velho Oeste?"), e, bem, é um material bem interessante.

Não é uma mera bobagem para colocar o morcegão de Gotham brigando com Drácula até arrancar seus caninos... Existe todo um elemento investigativo que coloca o personagem se questionando sobre os rumos de suas conclusões e diante de todo um mundo de sobrenatural bem mais complexo do que ele podia imaginar (o que o coloca em rota de colisão com Drácula até arrancar seus caninos), e, o material foi popular o suficiente para gerar duas continuações que abraçam mais o universo do Batman (e passam longe da marca). E eu acho que o primeiro volume (capítulo ou série) funciona como uma história noir em que Batman se vê cada vez mais envolvido em uma trama inescapável e que vai muito além de sua capacidade de agir ou reagir adequadamente.

Drácula tem um exército a sua disposição e está tomando aos poucos o controle da cidade - sendo que para a polícia, as autoridades e mesmo Batman, o risco é de um assassino em série terrível, portanto ele é, como em nosso mundo real, apenas um mito. O morcegão legitimamente está fora de seu elemento, e mesmo que acabe recebendo ajuda de um grupo de vampiros que tenta destruir Drácula há séculos sem sucesso, e imaginam que com um aliado que pode agir durante o dia, eles finalmente conseguiriam equilibrar as balanças...

Eu genuinamente gosto dessa história. Ela progride num bom ritmo, Moench trabalha os elementros e produz algo cheio de ação assim como tragédia pessoal (como um bom noir), e a arte de Kelley Jones se não em seu auge, está fácil num pódio de melhores do artista.

A primeira continuação de 1994, Bloodstorm (ou Tempestade de Sangue) traz o Coringa liderando os vampiros que sobreviveram da primeira mini-série (afinal, claro que eles seguiriam um lunático com maquiagem de palhaço) enquanto move uma grande operação para controlar o submundo do crime de Gotham. A série também apresenta uma versão da Mulher-Gato (mais para lobimulher ou gatimulher, não sei ao certo), e eu sinceramente sinto que o material é bem mais nas coxas feito como uma continuação obrigatória para um grande sucesso de vendas do que por uma boa sacada para continuar a história.

A arte continua muito boa e é provavelmente o maior atrativo desse segundo volume, enquanto a história acaba se perdendo em elementos já explorados (e bem melhor) no primeiro volume.

E a segunda continuação de 1998, Crimson Mist (ou Bruma Escarlate) fecha o material com uma visão mais sanguinuszóio (meio literalmente, afinal ele se tornou um vampiro - spoiler para uma história de mais de 20 anos) tacando o terror no submundo de Gotham, e o que vemos é basicamente um Batman matando toda a sua galeria de vilões - enquanto Gordon acaba recrutando a dupla Duas Caras e Crocodilo para tentar contê-lo. A arte é decepcionante neste volume, com proporções exageradas e caricatas demais trabalhando bem mais para produzir alguma cena grotesca de assassinato aqui e acolá.

No fim do dia é uma premissa boba e até funciona melhor que a segunda mini-série.

Sobre o material, depende muito de expectativas, mas eu acho que é melhor partir com expectativas beeeeem baixas (e talvez quando estiver no último degrau você desce mais um pavilhão), porque na melhor das hipóteses é um material decente e razoavelmente bobo, na melhor uma história noir interessante envolvendo Batman e o sobrenatural para uma leitura de Halloween (mas que merecebe bem mais as capas originais que essa atrocidade das reedições).

Notas: 8,0 pra Chuva Ruba, 5,5 para Tempestade de Sangue e 6,5 para Bruma Escarlate (média um belíssimo 6,66 - bwa, ha, ha!).

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