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12 de março de 2022

{Resenhas} O(ooo) Batman [Warner, 2022] SEM spoilers

Sejamos francos por um instante: Esse filme tinha absolutamente tudo contra ele.

Depois da excelente trilogia de Christopher Nolan (e Chrstian Bale), depois das contínuas e enormes mudanças (Ben Affleck vai estrelar E dirigir, Ben Affleck não vai mais dirigir, os contínuos fracassos de Zack Snyder destroem as chances do universo cinematográfico da DC), as críticas incrivelmente pessimistas e negativas - que curiosamente não tiveram o mesmo tipo de "sagacidade" ferrenha em dezembro quando o último Homem Aranha chegou aos cinemas (sabe, sendo basicamente um remake de um outro filme do Homem Aranha de alguns poucos filmes atrás)... E existe o mal sinal que o filme tem quase 3 horas de duração.

Além de Ultimato, você lembra um último filme tão longo que foi um sucesso? Pois é...

Mais até que isso, o filme está longe de ser perfeito mesmo. Mesmo depois de ver o filme, eu ainda tenho certas dúvidas sobre Robert Pattinson no(s) papel(éis) principal(is) - ainda que, e vamos nos lembrar, depois de George Clooney e Val Kilmer, fica até fácil aceitar basicamente qualquer um sob o capuz - e, não sei exatamente qual minha opinião sobre Zoë Kravitz em geral. Quer dizer, eu assisti a dois seriados com ela e não a achei particularmente interessante em nenhum deles (inclusive um em que ela é protagonista adaptando um de meus livros favoritos de Nick Hornby). Não acho que nenhum dos dois comprometa, francamente o filme é sólido o bastante e ambos fazem um ótimo trabalho (no geral), mas, como disse, tenho minhas dúvidas.

Talvez em uma (eventual) continuação ambos possam render mais e com o peso de fazer o papel pela primeira vez já passado, eles consigam render melhor. E talvez até eles só pareçam 'menos' diante de um elenco de peso que compõe o restante de papéis secundários, como Andy Serkins que facilmente é subutilizado como Alfred - mas honestamente, é só o mordomo (escreveu ele, segurando sua taça de xerez e pensando se talvez o comentário pareceria elitista).

Só que todo o elenco de apoio é espetacular - já com spinoffs a caminho para o Pinguim de Colin Farrell, ou o Asilo Arkham e departamento de polícia de Gotham com Jeffrey Wright como Gordon - com o claro e óbvio destaque para Paul Dano (um ator que eu ainda não vi fazer um papel ruim - ou medíocre pelo que valha - ainda que até hoje, mesmo com o EXCELENTE Prisioneiros de 2013 ele não foi indicado a um Oscar, e, honestamente duvido que vá mudar aqui), e, claro, o excelente Matt Reeves.

Reeves é uma força a ser reconhecida em Hollywood. Pegou a franquia (altamente racista e contestável) de O Planeta dos Macacos e conseguiu inserir modernidade e uma enorme camada de interesse à história, pegou um Batman em desgraça e franca queda e deu uma lufada de ar fresco.

O filme é capaz de sair rapidamente da sombra da trilogia de Nolan e se estabelecer como sua própria estrutura e narrativa (e, saindo da sombra de Nolan ele já se mostra plenamente mais que suficiente perante a Burton e brrrr Schumacher), e, funciona. Às vezes é só o que precisamos, e, em alguns casos, é tudo o que precisamos.

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