Enquanto eu comentei o primeiro volume no começo do ano, acabei me deparando com a condição de ler os volumes restantes e, por mais relutante que estivesse, dei uma chance e fui até o final.
O começo é bem fraquinho, o segundo volume dá uma engrenada e, bem da verdade o desenvolvimento apesar de vários soluços é bem interessante nos volumes 2 (Jogos Mentais/ Mind Games), 3 (A Coroa das Sombras/ Crown of Shadows), 4 (As chaves do reino/ Keys to the Kingdom) e 5 (Engrenagens de relógio/ Clockworks).
Criticas à parte, estes volumes trazem muitas ideias interessantes, muitos bons momentos e muita coisa que tende a ser diferente do que estamos acostumados não somente em horror, em quadrinhos mas até no entretenimento em geral. Existe horror, sim, mas contrasta com cenas humorísticas e cheias de coração e sentimento.
Criticas à parte, estes volumes trazem muitas ideias interessantes, muitos bons momentos e muita coisa que tende a ser diferente do que estamos acostumados não somente em horror, em quadrinhos mas até no entretenimento em geral. Existe horror, sim, mas contrasta com cenas humorísticas e cheias de coração e sentimento.
E ainda que seja boa parte da série, e, como eu disse, com uma apesar dos soluços, o material passa a oferecer mais mistérios e apresentar as facetas misteriosas que envolvem o mundo das chaves (cujo número vai aumentando exponencialmente a cada novo volume), enquanto a trama central avança vagarosamente mais em segundo plano.
Aqui está o grande trunfo da história em seu desenvolvimento - deixar a trama central do vilão/vilã apresentado(a) no primeiro volume mais como uma lembrança constante que de fato um fato crucial para o andamento da história. Quando, no entanto, o este fato ganha mais destaque no volume final (Omega e Alpha) o negócio degringola bastante e as pequenas rachaduras dos volumes anteriores vão parecendo cada vez maiores, capazes de derrubar os alicerces e fundação da casa toda.
Se não ficou claro, o final é ruim. BEEEM ruim. Estupidamente ruim.
Do tipo que prejudica e compromete o restante do trabalho. E é em grande parte o motivo pelo qual resolvi fazer uma resenha de todo o material junto...
Ainda que, sendo bem justo, o negócio começa a degringolar no quinto volume quando surgem as explicações para a origem das chaves e o negócio como um todo já cai em pontos bem idiotas, típicas de novelas do pai do autor, Stephen King, com demônios pandimensionais superpoderosos (sim, sei que é um spoiler, mas é muito idiota)... E aí o negócio todo perde grande parte de seu impacto, de seu mistério e mesmo sua lógica.
O mistério acerca da origem dessas chaves místicas poderosas seria muito melhor reservado ao constante e perpétuo suspense, e, francamente, muitas séries conseguiram manter segredos em aberto por muito mais tempo (só pra ficar em um exemplo recente com as quase 200 edições de The Walking Dead - e dez temporadas, mais spin offs e jogos - que não explicam a origem do surto além de somente deixar claro que é um vírus). Quando fica claro o que motiva e origina os poderes fantásticos das chaves místicas, tudo faz menos sentido.
Quer dizer, sim, são demônios pandimensionais que viraram um metal que sussurra (eu disse que era idiota) mas como eles detém tantos, tamanhos e tão variados poderes especiais...?
E enquanto existe alguma explicação (idiota) na história, o verdadeiro motivo é um bom e ressoante 'porque sim'. Um motivo que vai ficando mais e mais idiota com o número enorme de chaves místicas que encontramos a cada novo volume.
Chaves com poderes cada vez mais diferentes, amplos e complexos (como a chave da caixinha de música que controla as pessoas, ou outra que muda a cor da pele das pessoas), que são ao mesmo tempo pouco exploradas e desenvolvidas e idiotas (quando descobrimos que são demônios pandimensionais que viraram um metal que sussurra).
Sem a explicação definitiva, seriam particularidades estranhas e peculiares (com exceção da chave que muda a cor de pele das pessoas que essa é só racista mesmo), mas com as explicações, fica faltando sentido nisso tudo para que seja coerente, para que cada chave corresponda a um poder específico e, até mais que isso, para ESSE poder específico que vemos.
Faz com que o grande número de poderes idiotas só exponha o quanto a série deveria distender de atenção no desenvolvimento de um número mais restrito de chaves (ou poderes) mais coerentes e úteis no correr da série como um todo do que oferecer cada vez mais variantes inúteis ou pouco interessantes (ou racistas) que de nada agregam para o grande esquema das coisas.
Até porque, como eu disse no começo, o desenvolvimento que deixa a história principal de lado para focar no drama dos personagens (sejam os dramas colegiais ou o duelo da mãe Locke com sobriedade e principalmente os detalhes do passado do pai Locke em sua juventude) acresce gravitas ao que são os melhores momentos da série. Eu talvez volte a ler o material algum dia, e, sem sombra de dúvidas vá me focar no excelente arco que reconta a história do colegial de Rendell Locke do volume 5 ou nas desventuras do jovem Bode com a chave da mente no segundo volume...
Mas daqui uns dez ou vinte anos quando eu já tiver esquecido que tudo é obra de demônios pandimensionais que se transformam em metal sussurrante (sim, eu fiquei muito puto com o quanto isso tudo é idiota).
Então, eu posso recomendar? Vale a pena?
Com exceção do final e de uns bons soluços durante o restante da trama que acabam ficando piores quando a história chega ao seu final - e claro, o começo que podia ser bem melhor - o material é interessante.
Dependendo do preço, num volume único, num sebo ou no que for (pacote digital na comixology ou do Amazon Prime) vale a pena conferir sim. Pra pagar o preço de capa de cada volume da Geektopia, IDW ou qualquer outra editora...? Nem a pau!
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