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27 de maio de 2019

{Falta de filosofia de Segunda} A Marcha da amargura

No domingo, em resposta a um protesto contra os cortes na educação uma, literal, massa de manobra com um grande grupo de imbecis saiu às ruas para protestar contra quem protestou contra os cortes na educação (sem entender a ironia nisso) e para mostrar que não são só Waylon Smithers e Fagundes sinônimos de puxa-sacos.

É verdade que saíram às ruas de maneira bem diferente dos 'vagabundos' que protestam de dias da semana. Saíram de maneira tão organizada e ordenada que quase parece algo contratado. Quase parece algo financiado e patrocinado e coordenado - e não espontâneo e caótico como normalmente são protestos - inclusive quando existem trios elétricos, bonecos gigantes e 'coincidentemente' o presidente (e que não organizou esse evento de jeito maneira) aparece para um momento de celebração evangélica. Tudo espontâneo, 'obviamente'.

No mínimo curioso que algo tão abissal se dá parte sem que mínimos instantes de reflexão sobre o papel ridículo a que estão se prestam e as incongruências que esse discurso que defendem se presta a cumprir.

Quer dizer, são contra quem protestou pelos cortes na educação ao mesmo tempo que querem defender a reforma da previdência e o pacote anti-crime de Moro (que apesar do nome não tem tanto assim anti crime na sua proposta)... E pra que?
Pra que além de mostrar seu apoio incondicional e inviolável (ou seria alienação?) a alguém que claramente não se mostra comprometido com seu próprio discurso (uai, é só ver aquele abissal vídeo do ministro da educação com os bombons em que Bolsonaro sequer ouve o discurso e come um dos bombons da metáfora ministerial).

E de novo, pra que?
A economia estagnada, a falta de geração de empregos e cinco meses de contínuas crises geradas PELO próprio governo (e pelos filhos do presidente) não mostram uma agenda coerente e definida.
Mostram gente despreparada que acha que o país é ingovernável (curiosamente, algo que nenhum estadunidense jamais disse mesmo após o assassinato de não um mas DOIS presidentes em exercício, de fechamento[s] de congresso[s] ou de roubo/perda de urnas na eleição de George W Bush*), e defende-se que esses caras sabem o que estão fazendo?

Parece muito coisa de mulher de malandro que depois de anos sendo traída e sofrendo abusos ainda acredita que ele pode mudar, ou pior, que o novo parceiro (igualmente abusivo e traidor) será melhor.

Mas o que esperar de quem 'pensa'(?) que Olavo de Carvalho é complexo e intelectual?

* na verdade nesse caso também não se questionou a validade do sistema eleitoral, inclusive também após a vitória de Hillary no voto popular que mesmo assim resultou na vitória de Trump.

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