Nota: 9,2/10 |
Vamos lá... Eu tenho uma enorme dificuldade para diferenciar o que nesse filme é genuinamente bom e o que é basicamente isca para premiações e para chamar a atenção de festivais.
Afinal, é praticamente um checklist (garoto pobre, negro, de infância difícil, que tem de lidar com um conflito da própria homossexualidade e um problema com drogas) só que é bem feito e com uma classe genuína que não torna nada apelativo (coff, coff Cidade de Deus) ao que, bem, é uma história sendo - muito bem - contada.
Então, nesse aspecto, qual o problema se atrair atenção e ganhar muitos prêmios? Não é isso exatamente o que Spielberg fez com seu A lista de Schindler (filme sobre o Holocausto focando na tragédia das famílias judias pobres enquanto apresentado, também, a outra face da moeda através das lentes do bom alemão Oscar Schindler)?
Claro, não é um filme perfeito e, dificilmente alguém vá querer assistir por uma segunda vez (até aí, reforço a comparação com A lista de Schindler), mas é um filme importante e que precisava ser feito, PRINCIPALMENTE nesse ano - após a horrorosa premiação do Oscar de 2016 sem um único filme com atores negros indicados ao prêmio (ou algum deles indicado a qualquer categoria relevante) e com a mudança do poder na Casa Branca em meio a tamanho alvoroço de movimentos como 'Black Lives Matter' e por aí vai.
E é um filme muito bem feito, com uma visão única e artística que salta das telas (e eu sei que estou martelando na mesma tecla, mas sim, a comparação com A lista de Schindler também vale aqui).
Trazer maior luz a uma faceta da sociedade que tantas e tantas vezes é ignorada é o suficiente para fazer desse filme algo que vale a penar conferir.
Agora resta ver como sobrevive ao teste do tempo - porque como eu destaquei no parágrafo anterior, não é exatamente o tipo de filme que você vá rever com alguma freqüência...
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