Nota: 10 |
Dados bibliográficos: Panini, (1ª edição) 2014, 128 páginas.
Título original: The Sandman: The Dream Hunters (1999).
Resumo dinâmico: Um sonho ganha forma
Resenha: Primeiro, eu sei que isso pode parecer difícil de entender para alguém que nunca leu Sandman, principalmente porque esse não é o começo da saga (o ponto preciso, inclusive para o cânone é posterior aos dez grandes arcos da série mensal ainda que se passando fora destes eventos em um momento anterior não correlato). E ainda nesse 'primeiro', vale destacar que eu AMO a série.
Eu li em um intervalo de dois meses todos os volumes, todas as mini-séries, todos os especiais... E existe algo que pra mim é tão mágico e brilhante sobre isso tudo.
Sandman é uma premissa simples e que permite absolutamente tudo - no que reside a elegância do roteiro de Gaiman e o seu brilhantismo em amalgamar tantas e tão variadas coisas. Em resumo é a história do rei de todas as histórias, e nisso veremos fábulas, contos, livros, mitos e deuses cruzando os caminhos de nosso protagonista, e, se fosse só isso seria já fantástico.
Mas é mais.
Sandman é sobre a natureza humana deste personagem que é o rei de todas as histórias.
Sobre seu relacionamento conturbado com sua família, sobre seus amigos lesados e seu sentimento de inadequação perante relacionamentos afetivos (sim, mesmo o rei das histórias se sente inadequado quanto ao sexo oposto)... É uma longa e confusa jornada sobre o que nos define e o que isso tudo deve(ria) significar.
Sandman é o ápice do roteiro britânico que mescla a fantasia com o realismo. E Gaiman é o mestre nessa área.
O momento de coroação, porém, vem justamente aqui, com 'Os Caçadores de Sonhos' quando Gaiman consegue não apenas sumarizar tudo o que a saga tem de genial, como ir um passo além. Aqui o autor CRIA uma ANTIGA fábula chinesa! E É INCRÍVEL.
Eu não vou estragar detalhes ou motivações nem pontos da história, pois É necessário ler para crer.
E vale muito a pena. É o suprassumo do trabalho genial de Neil Gaiman a colaboração de Yoshitaka Amano é espetacular e dá um ar mais sofisticado à narrativa. É preciso esmiuçar com um microscópio para achar alguma coisa da qual reclamar, e, me desculpem, eu não sou capaz de encontrar.
É lindamente roteirizado, lindamente ilustrado, a história é espetacular com um gravitas enorme (eu senti um enorme peso no coração ao final da história - e é uma história bem curta, vale destacar)...
Como disse em meu resumo dinâmico, é um sonho se manifestando e tomando forma.
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