Nota: 6,5/10 |
AVISO: Está resenha contém spoilers da terceira temporada de Hannibal. Não será entregue o final ou detalhes das últimas cenas e momentos, mas para chegar a conclusão da temporada serão divulgados momentos de episódios anteriores.
A partir de agora é por sua conta e risco...
Uau que estrada confusa e tumultuada.
Depois de duas temporadas excelentes e de tirar o fôlego (realmente desafio alguém a assistir apenas um episódio de qualquer uma destas temporadas sem o próximo já no gatilho), a terceira precisava de um recomeço, e, optou por algo bem diferente.
Mais cadenciado, lento e gradual.
Necessário, diga-se de passagem, para dar vazão concreta aos espectadores de que tudo estava por mudar, que nada mais seria como antes, e, funciona razoavelmente bem.
E razoavelmente porque fica uma inerente sensação que falta algo... Que isso é mais um apêndice que uma história propriamente dita, e, que mesmo os produtores não sabem qual é exatamente o ponto a que se destina essa narrativa, e, durante toda a primeira metade desta temporada, tirando o elenco bastante inspirado e uma das melhores cenas de luta que eu já vi em seriados (talvez só atrás do final do episódio 2 de Demolidor), mas falta urgência, para a história, algo que coordene e justifique as ações mais do que os motivos apresentados.
Surgem alguns personagens que pouco ou nada acrescentam (e desaparecem alguns episódios depois sem deixar qualquer saudade), existem muitas tramas menores que não parecem servir a qualquer ponto ou propósito e sem qualquer falsidade seria possível reduzir dos treze episódios finais uns bons três ou quatro episódios com o mesmo conteúdo mais conciso.
Da segunda metade, principalmente, com o arco do Dragão Vermelho, seria muito fácil ignorar toda a caracterização deste assassino sem nenhum prejuízo à série (que teve vários outros - inclusive alguns bem mais ameaçadores e interessantes - sem caracterização), mas infelizmente não é ele o maior problema desta metade da temporada.
Há um salto de alguns anos que resulta em posições diferentes para todos o elenco principal (Will Graham casado, Alana Bloom como psiquiatra chefe do instituto psiquiátrico onde Hannibal está preso e por aí vai) e esse é um problema substancial pela forma abrupta que parece.
A esposa e filho (na verdade afilhado) de Will deveriam trazer maior empatia com o público espectador e causar tensão quando estes são atacados pelo Dragão Vermelho, mas o tão pouco tempo dedicado a eles (surgem na metade da terceira temporada e aparecem um combinado de menos de vinte minutos) faz com que seja impossível de importar com esses personagens.
Menos ainda quando o motivo para afastar Will de sua nova vida seja um assassino tão banal em relação aos criminosos das temporadas passadas, ou, pior ainda, que Jack Crawford depois dos eventos da primeira metade da terceira temporada (que incluem caçar Hannibal pela Itália, com seguidas e sucessivas lesões e lacerações tanto a ele quanto Will), corrobore com os absurdos planos da segunda metade (como chamar DE NOVO Will Graham, como permitir que Graham consulte-se com Hannibal, como permitir que Hannibal seja usado como isca - e inclusive estabeleça contato - do mais novo assassino)...
Mas uma coisa não dá pra negar: O episódio final é perfeito.
Sim, a temporada foi enrolada... A primeira metade demora para engrenar, a segunda enrola demais com detalhes desinteressantes, mas os dois episódios finais são excelentes, sendo o final absurdamente bom em encapsular o tom e a toada da série.
Brilhante, bem conduzido, cada um dos elementos funciona a seu favor, e a cena final (ou seriam cenas?) é tão espetacular na conclusão da série que é difícil pensar ou ver qualquer outra conclusão para a história.
Não redime todo o material, é verdade, mas também verdade seja dita: Uma temporada fraca de Hannibal ainda é melhor que 'boas' temporadas de muita coisa que tem por aí...
Semana que vem, de volta ao normal com o final de Demolidor de Mark Waid e a espetacular Hank Johnson, Agente da Hydra.
Semana que vem, de volta ao normal com o final de Demolidor de Mark Waid e a espetacular Hank Johnson, Agente da Hydra.
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