Nota: 3,5/10 |
Dados bibliográficos: Arqueiro, 2014, 290 páginas.
Título original: The Martian (2011)
Resumo dinâmico: WIIIILSON!!!
Resenha: (Pra quem não entendeu a piadinha do resumo dinâmico - pois obviamente deve ter apenas uns vinte anos ou menos, é de um filme de 2000 com Tom Hanks, chamado 'Naufrago' baseado na obra literária Robson Crusoé - e coloca o ator para contracenar com uma bola de voley Wilson, gritando a plenos pulmões o nome da bola conforme ela se perde pro mar). Isso é um óbvio sinal que a piada é ruim, mas a analogia não.
Perdido em Marte é bem próximo da ideia de Robson Crusoé no espaço, escrito por Dan Brown, e segue notas bem similares (obviamente sem a conspiração tenebrosa, pois o tom é bem otimista, e por pior que sejam os fatos, tudo costuma dar vigorosamente certo). Mas ainda assim parece escrito por Dan Brown naquela estrutura narrativa que não se assemelha de um escritor de verdade, com muito diálogo solto e pouco desenvolvimento narrativo, além de muita e muita exposição desnecessária e forçada (os cálculos longos, tediosos e ouso dizer que muito fácil de estarem errados).
O livro nem parece um livro, para ser honesto.
Parece um roteiro. Parece especificamente feito para ser adaptado o quanto antes (e, ta-dah esse ano sairá o filme baseado nesse livro), e nem tenta disfarçar muito... Mas, entretém.
É fácil se ver preso na ideia do homem no buraco do livro, e, cada reviravolta e queda enquanto você acompanha sua trajetória torcendo que tudo dê certo (lendo com apenas uma mão pois está roendo as unhas da outra), e a história justifica a falta de estilo e competência literária.
E realmente acho que isso se solapa na edição brasileira que faz uma tradução pouco inteligente, sem aproveitar espaços para notas de rodapé e explanações (até pra tornar o texto truncado de Weir mais fluído).
Cito um exemplo em que, no primeiro capítulo, o autor acha necessário explicar o que é CO2.
Concordo que talvez não seja um conceito de sabedoria comum (pode ser o primeiro livro de muitos leitores, porque não?), mas esse é o motivo pelo qual se faz uma tabela de siglas em dissertações e teses!
Deixe-me frisar: TESES, as coisas mais entediantes e frustrantes de se ler.
Tenho que destacar também que o título abrasileirado me incomoda um pouco... Não que o original seja 'elegante' ou qualquer elogio semelhante pela sua brilhância, mas é simples e direto. "O Marciano" se trata do primeiro sujeito a viver no planeta vermelho, e, justamente por isso merece tal título.
Perdido em marte, parece mais uma forma barata de fazer alusão a um show de televisão dos anos 60 e isso acaba me perturbando um pouco...
Até porque existem diversas (e demais) referências à cultura popular que realmente mereciam uma ou outra explanação, porque eu tive momentos de dúvida se eram referências reais ou de shows "criados" pelo autor para serem genéricos, mas mais que isso, falta sutileza e inteligência no uso delas.
"Por que o Aquaman consegue controlar baleias? Elas são mamíferos! Não faz sentido" é um exemplo.
Claro que é um mero alívio cômico em meio a uma situação dramática, e faz sentido que o personagem queira pensar em outras coisas além de sua situação dramática, mas é esse tarantinoing que vai truncando um texto SEM SER INTELIGENTE (ou sutil), e só é jogado ali... Porque não? E é ainda pior quando, preciso denotar, NÃO FAZ SENTIDO!
Esse cara está em um planeta inóspito lutando pela sobrevivência e esses são seus diários ESCRITOS. Ele não está narrando/gravando cada pensamento ou coisa do tipo (o que faria mais sentido) e nem é um narrador onisciente de terceira pessoa... É o próprio astronauta preso em Marte narrando os fatos em primeira pessoa (até que a história muda de foco e começa a relatar em terceira pessoa o que está acontecendo na NASA intercalando com os fatos no planeta vermelho). Sério, ele está lutando pela sobrevivência, e escreve em seu diário "Porque o Aquaman consegue controlar baleias?". Ele está em um planeta inóspito, perdido, fodido e tendo de lidar com todo tipo de problema que um ser humano pode imaginar (falta água, alimento, a temperatura é baixa, é necessário um traje específico somente para sobreviver...) e o pensamento que ele deseja que fique para a posteridade CASO um dia seus registros sejam encontrados junto de seu cadáver décadas depois em uma outra exploração é PORQUE O AQUAMAN CONSEGUE CONTROLAR BALEIAS?
Ele consegue cultivar COM SUCESSO vida em Marte e tem todo o recurso para escrever o mais foda artigo e ganhar um Nobel (póstumo, claro, pois está Perdido em Marte), e ele gasta seu tempo pensando em como é ilógico que o Aquaman fale com baleias?
Entretém, sem dúvidas, e eu recomendo como uma leitura rápida para fazer em trajetos de ônibus... Até porque na hora que você chegar ao seu destino você já terá esquecido...
Resenha: (Pra quem não entendeu a piadinha do resumo dinâmico - pois obviamente deve ter apenas uns vinte anos ou menos, é de um filme de 2000 com Tom Hanks, chamado 'Naufrago' baseado na obra literária Robson Crusoé - e coloca o ator para contracenar com uma bola de voley Wilson, gritando a plenos pulmões o nome da bola conforme ela se perde pro mar). Isso é um óbvio sinal que a piada é ruim, mas a analogia não.
Perdido em Marte é bem próximo da ideia de Robson Crusoé no espaço, escrito por Dan Brown, e segue notas bem similares (obviamente sem a conspiração tenebrosa, pois o tom é bem otimista, e por pior que sejam os fatos, tudo costuma dar vigorosamente certo). Mas ainda assim parece escrito por Dan Brown naquela estrutura narrativa que não se assemelha de um escritor de verdade, com muito diálogo solto e pouco desenvolvimento narrativo, além de muita e muita exposição desnecessária e forçada (os cálculos longos, tediosos e ouso dizer que muito fácil de estarem errados).
O livro nem parece um livro, para ser honesto.
Parece um roteiro. Parece especificamente feito para ser adaptado o quanto antes (e, ta-dah esse ano sairá o filme baseado nesse livro), e nem tenta disfarçar muito... Mas, entretém.
É fácil se ver preso na ideia do homem no buraco do livro, e, cada reviravolta e queda enquanto você acompanha sua trajetória torcendo que tudo dê certo (lendo com apenas uma mão pois está roendo as unhas da outra), e a história justifica a falta de estilo e competência literária.
E realmente acho que isso se solapa na edição brasileira que faz uma tradução pouco inteligente, sem aproveitar espaços para notas de rodapé e explanações (até pra tornar o texto truncado de Weir mais fluído).
Cito um exemplo em que, no primeiro capítulo, o autor acha necessário explicar o que é CO2.
Concordo que talvez não seja um conceito de sabedoria comum (pode ser o primeiro livro de muitos leitores, porque não?), mas esse é o motivo pelo qual se faz uma tabela de siglas em dissertações e teses!
Deixe-me frisar: TESES, as coisas mais entediantes e frustrantes de se ler.
Tenho que destacar também que o título abrasileirado me incomoda um pouco... Não que o original seja 'elegante' ou qualquer elogio semelhante pela sua brilhância, mas é simples e direto. "O Marciano" se trata do primeiro sujeito a viver no planeta vermelho, e, justamente por isso merece tal título.
Perdido em marte, parece mais uma forma barata de fazer alusão a um show de televisão dos anos 60 e isso acaba me perturbando um pouco...
Até porque existem diversas (e demais) referências à cultura popular que realmente mereciam uma ou outra explanação, porque eu tive momentos de dúvida se eram referências reais ou de shows "criados" pelo autor para serem genéricos, mas mais que isso, falta sutileza e inteligência no uso delas.
"Por que o Aquaman consegue controlar baleias? Elas são mamíferos! Não faz sentido" é um exemplo.
Claro que é um mero alívio cômico em meio a uma situação dramática, e faz sentido que o personagem queira pensar em outras coisas além de sua situação dramática, mas é esse tarantinoing que vai truncando um texto SEM SER INTELIGENTE (ou sutil), e só é jogado ali... Porque não? E é ainda pior quando, preciso denotar, NÃO FAZ SENTIDO!
Esse cara está em um planeta inóspito lutando pela sobrevivência e esses são seus diários ESCRITOS. Ele não está narrando/gravando cada pensamento ou coisa do tipo (o que faria mais sentido) e nem é um narrador onisciente de terceira pessoa... É o próprio astronauta preso em Marte narrando os fatos em primeira pessoa (até que a história muda de foco e começa a relatar em terceira pessoa o que está acontecendo na NASA intercalando com os fatos no planeta vermelho). Sério, ele está lutando pela sobrevivência, e escreve em seu diário "Porque o Aquaman consegue controlar baleias?". Ele está em um planeta inóspito, perdido, fodido e tendo de lidar com todo tipo de problema que um ser humano pode imaginar (falta água, alimento, a temperatura é baixa, é necessário um traje específico somente para sobreviver...) e o pensamento que ele deseja que fique para a posteridade CASO um dia seus registros sejam encontrados junto de seu cadáver décadas depois em uma outra exploração é PORQUE O AQUAMAN CONSEGUE CONTROLAR BALEIAS?
Ele consegue cultivar COM SUCESSO vida em Marte e tem todo o recurso para escrever o mais foda artigo e ganhar um Nobel (póstumo, claro, pois está Perdido em Marte), e ele gasta seu tempo pensando em como é ilógico que o Aquaman fale com baleias?
Entretém, sem dúvidas, e eu recomendo como uma leitura rápida para fazer em trajetos de ônibus... Até porque na hora que você chegar ao seu destino você já terá esquecido...
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