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8 de novembro de 2013

Grandes Clássicos dos Quadrinhos: A Saga do Monstro do Pântano

Posso dizer, sem frescura alguma, que, de todas as obras de Alan Moore é a Saga do Monstro do Pântano o material que mais me surpreende.

Publicada entre os números 20 e 64 (mais uma edição anual) de 1984 até 1987 com a colaboração de mestres como John Totleben, Steve Bissette e Rick Veitch (que, posteriormente assumiria como o escritor titular da série a partir da edição 65) a série marca um dos primeiros passos da chamada 'invasão inglesa' que levou diversos escritores fantásticos do velho continente (Neil Gaiman, Grant Morrison, Jamie Delano e Garth Ennis, para ficar só em alguns) a trabalhar deste lado do Atlântico, sob a tutela da brilhante editora Karen Berger. 

Com um tom estabelecido como horror logo do início, a obra vai tomando um tom de misticismo-filosofia ao passar das edições, enquanto a figura do Monstro se desenvolve, e o universo ao seu redor floresce.

Personagens cativantes e asquerosos vão ganhando forma à medida que nos perguntamos, vez após vez qual a verdadeira natureza e forma dos monstros.
Está na figura decrépita composta de humus e musgo ou no homem de terno bem alinhado e de fala macia...?
"Quem são os verdadeiros monstros" é a primeira grande pergunta da série, que também questiona a noção de moralidade ("Onde está o mal na mata?"), e vai se desenvolvendo enquanto Alec Holland aprende melhor sobre seus próprios limites, e começa a desvendar mais sobre si mesmo.

E esse é o grande mote de toda a 'Saga do Monstro do Pântano'. Uma jornada de auto-descobrimento, para entender sobre a natureza/condição humana.

Minha história favorita, sem sombra de dúvidas, a edição 60 batizada "Loving the Alien" (em referência a uma música do Velvet Underground) em que John Totleben apresenta a mais poderosa arte de todo o material, na jornada pelo vácuo do espaço do Monstro do Pântano rumando de volta à Terra, e descobrindo como se deu a origem da vida no universo...

Preciso falar mais?

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