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21 de junho de 2013

O maior dos clássicos: Will Eisner

Ao contrário de outros casos, William Erwin Eisner ou como popularmente é conhecido Will Eisner é um autor que... Bem, é quase impossível categorizar.
Gênio? Mestre? Único?
Bem... A verdade é que não é de graça que ele é o nome do mais conceituado prêmio de quadrinhos dos Estados Unidos (onde nasceu e foi contemporâneo de outros tão brilhantes quanto ele, como Jack Kirby - com o qual montou sua primeira empresa de quadrinhos), e um homem a tratar a arte sequencial de forma mais respeitosa e abrangente. O primeiro a realmente tratar de histórias em quadrinhos como um meio para a produção de arte, cunhando inclusive o termo 'Graphic Novel', com a ideia justamente de aumentar o prestígio e noção de arte da produção de material - mais refinado e qualificado, como os casos de suas primeiras obras 'Contrato com Deus' (1978), seguida por diversas outras grandes e geniais obras que abordaram de humor (Como evitar a morte e impostos e viver para sempre), super heróis (Wonderman, Falcões Negros - Black Hawks), drama (O cortiço, O coração da tempestade), ficção científica (Sinal do espaço), guerra (Último dia no Vietnam) autobiográfico (O Sonhador) e inclusive a didática sobre a forma (Quadrinhos e a arte sequencial e Quadrinhos e Narrativa visual).


E isso tudo sem falar de Spirit, sua mais longeva e conhecida série mensal - criado nos anos 40 até aproximadamente 1952 com publicação até meados dos anos 80 resgatando histórias perdidas e originais do autor, apesar de hiatos em que ele não se dedicou à obra, como durante a Segunda Guerra Mundial, em que ele serviu, peça importantíssima para a experimentação do mestre, onde sem dúvida flertava com estilos e possibilidades, brincando com um pouco de tudo, e, como todo grande trabalho, não se levando a sério demais.

Sempre com uma forma diferente e inovadora para apresentar o nome do personagem título - como na imagem ao lado ou nas imagens da galeria abaixo - o humor sagaz e a capacidade de conduzir brilhantemente a narrativa surgiam edição a edição trazendo algo digno de leitura, principalmente quando você tem tempo para degustar cada quadro e enquadramento... Tentar entender porque ele fez a cena dessa forma e não de outra (e te garanto: EXISTE um motivo).


Sem dúvida não há palavras suficientes para descrever o talento de Eisner,e é justamente por isso que ele é e será um mestre para qualquer um que se dê ao trabalho de buscar, ou em alguns casos, simplesmente de sonhar... E como Gerhard Shnobble, você pode até acreditar que um homem pode voar...

Dedicado com grande carinho e admiração a um mito que um dia caminhou entre os homens.




 (Essa imagem final, da graphic novel "Um contrato com Deus" é simplesmente soberba... Acho que é tão lindo que parece até que a água está transbordando o quadrinho, prestes a molhar o leitor).

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