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10 de março de 2025

{Resenha lixo} Bookie

Eu confesso que não sei o que faz Bookie ser medíocre. A ideia é sólida, o material é bom, e o elenco tem seus problemas (principalmente no papel principal), mas não é como se isso tivesse atrapalhado comédias antes (com Seinfeld ou Segura a Onda com exemplos bem fáceis de comédias com protagonistas péssimos e Sebastian Maniscalco é melhor que os dois - ao menos como protagonista, enquanto como comediante, bem...).

Então se eu tivesse que apostar, eu direcionaria os problemas da série no produtor executivo, Chuck Lorre, o criador de Two and a Half Man, Big Bang Theory e uma lista considerável de comédias ruins e medíocres, e nisso parece haver algum padrão bem mais claro.

Bookie poderia ser um material extraordinário em qualquer momento da história da televisão ou com outro produtor executivo? Eu pessoalmente acho bem dificil, no entanto,existe algo ali que, com algumas mudanças (ou sendo franco, mais para ajustes) fariam o material brilhar e não apenas para premiações como para o público geral mesmo. Quer dizer, em uma temporada de oito episódios, existem duas "piadas" envolvendo suicídio e tem mais ao menos umas duas outras cenas que envolvem assassinatos (além de agressão física) em uma comédia, porque, sabe, o material é "ousado".

O roteiro tem outros problemas que sob uma luz diferente, funcionariam melhor, mas com o tom escolhido pela direção do material (de ser mais ousado porque agora é HBO), acabamos com, bem, algo que falha na aterrissagem, e aqui é onde eu enxergo o maior elemento em que Chuck Lorre exerce a maior influência (e onde o show fracassa).

Veja, a série é uma comédia sobre um agente de apostas na California lidando com, o que a série diz muitas vezes, 'o fim dos tempos das apostas tradicionais' que serão tomadas por plataformas de bets. No entanto, nada parece demonstrar essa ameaça latente das plataformas de apostas (quase todo episódio parece mostrar os protagonistas lucrando valores assombrosos - e exceto na segunda temporada em que brevemente uma plataforma de apostas digital entra em contato com os protagonistas para propor comprar seu negócio, nada de efetivo existe nesse sentido).

Não é acidental que eu tenha falado de Seinfeld ou Segura a onda em um parágrafo anterior... esses dois shows tem comediantes que não sabem atuar nem que suas vidas dependessem disso, no entanto eles geralmente estão acompanhados de um roteiro e um elenco coadjuvante igualmente sólidos. 

Com exceção de Jorge Garcia (ou Hurley de Lost), o elenco principal da série é bem esquecível, enquanto o roteiro, bem, não é exatamente muito melhor. Algumas boas cenas aqui e acolá (geralmente para as ótimas participações especiais, incluindo mas não se limitando a Charlie Sheen, Ray Romano e Zach Braff) o material tende a piadas forçadas, repetitivas e cansativas depois de uma temporada com 8 episódios (de 20 minutos cada um em média).

E quando o maior elogio a um material é que ele é curto e passa rápido... Eu não consigo acreditar que isso seja remotamente um elogio.

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