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8 de dezembro de 2024

{Resenha Lixo} Robô Selvagem - Peter Brown

Eu sei, eu sei. Tem gente que já está revirando os olhos por eu fazer um resenha lixo de um livro infantil, mas, por favor tenham um pouco mais de fé em mim.

E eu não assisti ao filme - que estava nos cinemas e apareceu agora para aluguel em vários dos serviços de streaming - então toda a minha opinião se baseia em um livro para crianças de 288 páginas (quase o dobro do primeiro livro de Paddington com 143 e o mesmo número de páginas que Roald Dahl usa para O Bom Gigante Amigo. No entanto, Peter Brown não é nenhum Roaldo Dahl.

Peter Brown tenta muito ser A A Milne de Ursinho Pooh, com comentários aqui e ali para incluir o leitor na narrativa, enquanto cria um mundo fantástico com animais falantes (que bem todo autor de livros infantis faz, então não é nada particularmente impressionante), mas ele faz algo que nenhum dos outros autores que eu li até hoje fez: Ele terminou o livro preparando uma continuação (é o método Marvel?).

Não que eu tenha lido os 80 capítulos com uma história sem o menor propósito além de prolooooooongar uma bobageira sobre um robô se adaptando para a natureza e falando como os animais (como um Dolittle ainda mais sem-graça que o de Downey Jr) para chegar ao final e concluir que o livro é ruim, longe disso, isso é só a cereja no topo do bolo.

Vejamos, a "história" traz uma robô (sim, ela tem gênero por algum motivo) que após um desastre com a embarcação que a carregava acaba parando numa ilha remota onde ela inicia seu funcionamento e tenta se adaptar sem sucesso por longos e tediosos capítulos até ela aprender a falar como os animais (cantar como os animais, sorrir como os animais!!!) e, acidentalmente mata uma família de gansos exceto um pequeno ovo que ela ajuda a chocar e cria como se fosse dela (sim, depois de aprender a viver na natureza ela agora aprende sobre maternidade e eu juro que essa é a versão resumida - eu nem falei dos ursos, lontras e todo tipo de animais e interações até agora) até que o ganso cresce e parte com um grupo para escapar do inverno enquanto os demais animais (e a robô) precisam buscar abrigo na ilha e formar uma grande e bela família.

Os gansos encontram uma fazenda onde um homem mata o líder do grupo e isso é o gatilho (sem trocadalho) para o ato final do livro em que um grupo de robôs de resgate vai para a ilha capturar a protagonista "Robô Selvagem" (e acabam destruindo e sendo destruídos no processo), enquanto o livro concluí com a protagonista aceitando o destino de 'ser resgatada' mas prometendo que voltaria para rever seu "filho".

E, vamos deixar claro, o problema não é que acontece tanta coisa, e o livro se prolonga com 80 capítulos em 288 páginas... É que acontece tanta coisa que não importa ou agrega qualquer coisa. Com metade das páginas contando a narrativa da robô se adaptando com a vida selvagem para perder isso com o 'resgate', pronto a história está ali com um conflito entre tecnologia e natureza (além de uma questão de programação contra livre arbítrio, que não vamos fingir que Peter Brown sequer cogitou).

O livro se prolooooooonga e os factóides que são relatados são bobos ou pouco interessantes, agregando nada.

Simplesmente não consigo imaginar uma criança se empolgando de ler o livro (e se for pouco mais velha não chegaria nem perto mesmo), e menos ainda a ideia de ler para uma criança o material. Nisso me pergunto, para quem é esse livro além do próprio autor?

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