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1 de julho de 2020

{Editorial} As lendas urbanas num mundo hiperconectado

Na última segunda-feira (sim, dessa semana, dia 29/06) minha mãe me perguntou sobre o 'Homem Pateta' que haviam mencionado no programa da Fátima Bernardes, e, como se deve esperar fiquei horrorizado.
É fácil de imaginar: Um homem adulto aterrorizando crianças na internet através de bullying sugerindo que se matem e todo tipo de comportamento terrível parece algo, ao menos, coerente com o que já vemos na 'normalidade' do ambiente hostil da internet, fóruns e jogos online.
Seria apenas um pulo lógico.

Ou seria?
Talvez seja o cenário da pandemia em que nossos sentidos são sobrecarregados diariamente com informações terríveis de todos os lados (ministros da educação que não tem ética, um cenário calamitoso do combate a um vírus terrível, nuvens de gafanhotos assassinos, idiotas protestando pelo direito de se esporem a uma doença e por aí vai) além de nossos dramas e problemas pessoais cotidianos, mas a primeira vista eu não consegui raciocinar adequadamente para ver o quanto a história tinha de furos, além dos mais óbvios. Sabe? O óbvio da incompetência das autoridades policiais em localizar qualquer pista, indício ou mesmo estratégia para combater um risco em potencial.

Mas pare para pensar um pouco... Essa história FAZ sentido?
Bullying ou não, será que alguém iria a esses extremos para atormentar alguém? Fazer uma máscara (ou que seja, comprar pronta) se maquiar e criar um perfil para atrair a atenção de crianças e depois ficar atormentando elas...? Para que?
Não, sério, segue o raciocínio. Ele consegue a atenção da criança e depois fala para ela se matar.
Bicho, é um nível de vilão do Batman misturado com trama de seriado policial de comédia (tipo Monk ou Psych).

E o pessoal do E-Farsas só confirmou (com bastante pesquisa e crivo jornalístico) o quanto a história tem de furos e é mal contada.
O nome disso é 'Lenda Urbana'.

Lembra da Grávida de Taubaté? Do ET de Varginha (bem no meio da época do Arquivo X e da autopsia de et no Fantástico)?
Da Loira do Banheiro?
Então... É a mesma coisa, só que quando há um viés de confirmação - como nesse caso, com a delegada do 'caso' em Santa Catarina e mesmo um veículo de comunicação mais sério que, sei lá, o João Kleber cobrindo o caso - a história se torna mais difícil de desmentir e contra-argumentar com fatos e a ciência.
Inclusive porque vai crescendo mais e mais.
Até que de fato surja algum imitador (de uma lenda urbana) com menos bom senso que vontade de aparecer...

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