Nota: 6,5/10 |
Confesso que nunca gostei dos livros de Agatha Christie.
Não é preconceito, vale destacar, mas sempre achei as conclusões rocambolescas demais para mistérios que no final se apresentavam bastante pedestres (vide o tão famoso Assassinato no expresso do Oriente).
Não é particularmente mal escrito - longe disso. O método policial e investigativo é coerente e muito bem escrito, desenvolvendo o raciocínio lógico de cada fio da meada investigativa até sua conclusão lógica. Pena que pra chegar à conclusão lógica se passe por tantas distrações ilógicas.
Sim, era a pessoa que você suspeitava desde o início (talvez auxiliada por alguém), mas para chegar a essa conclusão precisam achar uma quadrilha internacional de jóias, um advogado desviando fundos, um sindicalista/anarquista (essa nem vou fingir que entendi direito), além de uma cleptomaníaca que rouba quando bebe (mas bebe toda noite) e outras figuras coloridas e bizarras demais para, não apesar existirem individualmente como estarem todas reunidas sob um único teto - quando mais uma longa viagem pelo Nilo.
Talvez seja o fato que Poirot não esteja aos pés de Sherlock Holmes (em carisma e capacidade cognitiva), ou o fato que Holmes lida muito mais com mistérios curtos (e com isso pode esbanjar sua genialidade sem permanecer tempo demais), mas a Miss Marple de Um Corpo na Biblioteca e outros tantos não foge muito disso também...
(Ah é, eu li Um Corpo na Biblioteca também, mas não vejo motivo para duas resenhas ou mesmo uma resenha mais detalhada para ele).
São estilos diferentes mas essencialmente é o CSI do início do século XX (talvez Poirot seja o CSI Miami ou algo do tipo)... São histórias bem escritas, com ênfase em investigação criminal e soluções rocambolescas para problemas comuns.
Apague o parágrafo anterior, não, não é CSI. É Monk de Tony Shalhoub com diferentes protagonistas (e portanto artifícios).
E de novo, não significa que é - ou seja - ruim.
Só que você tem de saber bem no que está embarcando desde o começo...
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