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23 de agosto de 2017

{Editorial parte 3} Aqueles que esquecem o passado...

É difícil falar sobre racismo quando as últimas semanas desses textos foram sobre, bem, pequenas notas sobre o passado e a percepção deste.

Pular disso para os manifestos apoiados por grupos de extrema direita em Charlottesville e o presidente americano incompetente para recriminar esse tipo de ação, bem, é um salto enorme.

Ainda assim, estamos no século XXI, como é possível que ainda mantenhamos uma mentalidade do século XIV?

Quando falamos de algo que, bem, não deveria mais restar qualquer dúvida ou confusão na mente de qualquer pessoa em qualquer lugar do mundo (e mesmo fora dele) é o de que o nazismo é ruim, e, indo além da simples noção política para a questão do racismo e xenofobia e todos os outros termos que acompanham esse tipo de noção retrógrada e ridícula também.

Sério... Essa é uma discussão que já foi passada, repassada e que sobram argumentos para mostrar o quão imbecil é a justificativa para segregar qualquer pessoa que seja pela cor de sua pele, sua nacionalidade ou outros tantos argumentos que se possam considerar minimamente válidos.

E não é preciso um PhD ou mesmo muito de conhecimento da história recente... Sério, quase toda a cultura popular americana moderna revolve de uma maneira ou outra sobre a segunda guerra mundial, e, mais que isso sobre o fato que os nazistas são os vilões.
São tantos filmes, jogos de videogame, seriados, canções...

Como disse em minha resenha de Dunkirk, existe uma noção de que os europeus eram incompetentes e péssimos estrategistas que facilmente cederam e sucumbiram ao exército alemão (o que não é verdade - muito pelo contrário, afinal os alemães tinham um exército incrível e incrivelmente motivado, e mais que isso era uma máquina de guerra impressionante).

E ainda que a narrativa geral seja mais a de que os americanos venceram de uma narrativa consistente do quanto o nazismo é errado (inclusive mudando e moldando, tentando diminuir - e dirimir - os impactos do nazismo, com exemplos do Hydra da Marvel deixando de ser nazista), e isso acaba por permitir que se esqueça o(s) negativo(s) desse caldo.

Não apenas o fato da xenofobia ridícula (até porque não é possível ou imaginável em canto qualquer desse planeta que não seja ou tenha alguma miscigenação e integração de povos e/ou culturas - e isso são fatores de crescimento E aprimoramento, não apenas pessoais como sociais)  e infundada ou que os nazistas roubaram milhões dos judeus, incluindo todo o trabalho forçado em regime semi-escravagista e claro, toda a gama dos experimentos horrendos perscrutados pelos açougueiros se passando por 'cientistas' que incluem (e não se limitam) a testar quanto tempo uma mãe levaria para assassinar o próprio filho infante dadas determinadas circunstâncias (como privação de sono).

Droga, se eles não fossem racistas só essa última parte já seria suficiente para justificar o quanto os nazistas são escrotos, não é mesmo?

Então, porque volta e meia nós caímos com esse tipo de argumento xenofóbico...?

A resposta é fácil, afinal, o medo é o artifício mais antigo (desde os tempos pré-históricos tribais) para desviar a atenção para problemas internos e motivar seu grupo contra um adversário ilusório num eterno 'nós contra eles', e a cor da pele é um argumento visual que qualquer idiota sem inspiração pode usar para separar as pessoas.

Mas a questão é que a xenofobia destes não é contra imigrantes (o próprio orangotango da casa branca é casado com uma imigrante eslovena, e, muitos dos racistas brasileiros batem no peito para criticar nordestinos mas lambem o chão pra qualquer pessoa de cabelo loiro e olhos azuis) e é algo que vai bem além de um revisionismo histórico, ou mesmo algo explicado por ele. É algo que tem com o caráter, e isso é bem mais difícil de se explicar ou resolver.

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