Pesquisar este blog

7 de dezembro de 2016

RANHETORIAL - What the Westworld?

Já disse um de meus mais admirados comediantes John Cleese em certa feita que, o maior problema quando envelhecemos é que rimos menos pois as piadas já nos são todas conhecidas.

Não acho que se limita ou restringe ao conceito humorístico, sem sombra de dúvidas vejo que faz todo e pleno sentido na vida - pois nos restringimos a fazer a mesma coisa e a rever as mesmas pessoas (ou figurinhas como gostamos de dizer).

Acho que isso foi o que me incomodou com Westworld logo em seu primeiro episódio num quê de Daytripper (a série dos irmãos Bá para o selo Vertigo sobre um protagonista que morre ao final de cada capítulo negando assim a condição de desenvolvimento da trama) com um rocambolesco à Lost e uma ficção científica à Hideo Kojima (de Metal Gear Solid).

Não consegui me ver envolvido com a trama e personagens e em momento algum vi o apelo da série.
Mais ainda me surpreendeu o constante fascínio da crítica (e público), ainda que eu entenda a inegável carência por algo novo - alguns dos melhores seriados das últimas décadas terminaram recentemente, e as duas últimas temporadas não trouxeram exatamente nenhum novo clássico.

Curiosamente, eu vejo que existe esse confuso senso de 'novidade nostálgica' (sim, aparentemente contraditório, mas dê uma chance) que permeou em grande valia o ano que chega ao fim, e, sinto não ser o fim desse sentido.

Não porque lançaram uma nova franquia derivada de Harry Potter (assim como um novo livro após o fim que não dava qualquer indício de necessidade de continuação e/ou expansão da franquia), ou de Star Wars (que não se basta mais dos filmes da franquia com spin offs para todo lado, incluindo filmes solo de cada personagem dos filmes originais e mais uma meia dúzia que vão inventar ainda).
Ou porque a Nickelodeon lançou um remake (talvez não seja a palavra apropriada para aquela aberração que habita uma casca vazia de um cadáver) para a Escola do Rock de Jack Black.
Ou porque a Legião Urbana voltou - e a Globo tenta monetizar as velhas, esquecidas e caquéticas bandas de rock nacional em suas novelas.

Quer saber, exemplos não faltam, e eu nem estou perto de qualquer medida do iceberg (seja a ponta ou a parte submersa), sendo tudo isso meras gotas derretidas do gelo.

South Park abordou um bocado o tema na última temporada com suas 'member berries' focando nesse clima de nostalgia pelos bons e velhos tempos (em que ser racista era legal, por exemplo).


Talvez seja em partes covardia (dos grandes estúdios e produtores de entretenimento) mirando apenas no toderoso dólar (e por isso investindo em franquias conhecidas e pouco ou nada em novas ideias), talvez a passividade do espectador que não almeja de qualquer modo ser surpreendido e desafiado - Christopher Nolan é um dos mais inovadores diretores em atividade, no entanto é mais fácil e garantido que o sempre previsível e pouco inteligente Adam Sandler termine seu(s) próximo(s) projeto(s)...

Então, fica a terrível pergunta: Se John Cleese está certo (e paramos de rir porque já ouvimos a piada) o que nos coloca sempre no mesmo local do show de humor?

Nenhum comentário:

Postar um comentário