Eu não sou um publicitário - o que é um ponto crucial quando meu texto se intitula 'o maravilhoso mundo da propaganda', afinal minha experiência com o assunto se resume a assistir todas as temporadas de Mad Men e meia dúzia de episódios daquele programa 'Avesso' sobre os bastidores da publicidade. Mas, verdade seja dita, como todos somos vítimas/alvos destes constantes ataques midiáticos desde nosso nascimento, é inegável que todos de certa forma tenhamos alguma experiência, ainda que menos ferramentas que os publicitários.
Não também que os publicitários tenham exatamente todas as ferramentas em uma escala fundamentalmente superior a que nós meros espectadores, pela experiência que tenho de alguns conhecidos e amigos formados na área. Claro que alguns destes (principalmente meus amigos) tem plena ciência e pé no chão sobre o assunto, mas existe (e isso eles próprios são os primeiros a admitir) aquele publicitário que se vê como o Don Draper moderno, com um old fashioned na mão e milhares de ideais epifaniais pululando para redefinir a propaganda como gênero - e causando a inveja e admiração de todos os colegas de ramo e conhecidos.
Isso é uma fantasia comum, não só no ramo da publicidade (particularmente conheço alguns engenheiros que sofrem do mesmo mal, mas não temos uma figura tradicional tão difundida na cultura popular... Até porque comumente se usa o termo 'os engenheiros' ou 'a equipe de engenheiros' quando se desenvolve uma grande obra, como o Canal do Panamá ou o Eurotúnel), mas o pessoal de humanas sofre mais dessas ilusões de grandeza, de viver em um mundo ideal e tangencial onde tudo é lindo, perfeito e funcional.
Isso é mentira, afinal, para a área de exatas o mundo pragmático e altamente matemático explicável em números e fórmulas é ainda mais ficcional que o de humanas, mas é mais fácil criticar a ilusão dos outros.
Afinal, a fantasia de alguns é o carnaval dos outros...
Afinal, a fantasia de alguns é o carnaval dos outros...
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