Nota: 7,0/10 |
Dados bibliográficos: Intrínseca, (1ª edição) 2015, 440 páginas.
Título original: Anansi Boys (2005).
Resumo dinâmico: Gaiman, a-a-ha! Fighter of the nightman...
Resenha: Pra quem já leu "Deuses Americanos", "Filhos de Anansi" ou "Sandman", este livro é bastante simples e fácil.
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Seguindo a mesma estrutura lógica do livro de 2001, Deuses Americanos, a primeira aventura de Gaiman pelo gênero literário (sim, sim, quadrinhos são literatura em sua própria forma e blá-blá-blá, mas são estruturas diferentes, uma porque o roteirista de quadrinhos representa apenas 50% do trabalho - a outra metade vem do desenhista, que dá vida ao roteiro - e isso pode tanto beneficiar como condenar um roteiro ruim, e outra porque a forma de conduzir a narrativa também é diferente... Os quadrinhos permitem ambientar o leitor com uma panorâmica, enquanto num livro sem uma descrição apropriada de uma cena/situação todo o esforço pode ir pelos ares).
A estrutura é bem simples: Deuses são reais e por algum ou uma série de motivos resolvem viver e se aventurar entre humanos caminhando e vivendo como pessoas comuns.
Eles se casam, tem filhos, empregos e toda a coisa que nós humanos comuns temos. A vantagem é que eles tem vidas bem mais longevas e um pouco de magia que facilita bastante as coisas, mas no mais esses deuses das lendas e histórias antigas andam imperceptíveis entre nós.
AO CONTRÁRIO de Deuses Americanos (eu sei, eu devia resenhar Deuses americanos primeiro para que tudo isso ficasse mais coerente para o leitor que não sabe do que estou falando, mas faz uns sete anos no mínimo que eu li, e eu não acho mais a minha cópia...) Os Filhos de Anansi tem um tom bem mais humorado e divertido, com situações bem menos - se existe alguma - sombrias. E até por um grande motivo, Anansi é um deus trapaceiro e suas histórias são sobre isso (como o deus aranha enganou e com sua engenhosidade derrotou criaturas muito maiores e mais fortes).
Contando a história de Fat Charlie ou Charlie Nancy se preferir, é um típico perdedor, com uma vida frustrante, pacata e altamente entendiante. Ele é um contador em uma empresa horrorosa, tem uma linda namorada com quem quer se casar, e, só por força do acaso descobre que seu pai faleceu (e, no enterro dele, descobre que tinha um irmão), e, daí desenrola tudo o que Gaiman é tão brilhante em fazer quando se trata de narrativa.
Gaiman tem uma narrativa bem britânica, tal qual Douglas Adams, Terry Pratchet ou mesmo George Orwell que trata de pegar elementos comuns, típicos e simples da vida e entrelaçar tais decorrências com longas e complexas camadas de surrealidade (e de mesma força o oposto, tecendo realismo e complexidade em meio a estruturas e passagens altamente surreais).
Nesse livro Gaiman é tão britânico quanto se pode ser (sem um chá às cinco ou uma foto da rainha Elizabeth) e o humor que se espera dessa parte do globo vai destilando por essa história de maneira bem orgânica... Só às vezes cômoda/conveniente demais.
Longe de ser o pior trabalho do autor (eu particularmente até acho melhor que Deuses Americanos), mas também ainda está anos luz dos quadrinhos.
Semana que vem, continuando as resenhas de Gaiman, um intermediário, e talvez meu trabalho favorito do autor: Sandman, Caçadores de Sonhos!
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