Lendo jornais eu vejo mais e mais que eu não preciso ler jornais.
Eles não me informam mais que o feed do facebook ou o meu twitter (que eu acesso uma vez a cada vez que o cometa Halley passa pela Terra), cheios de opiniões e polêmicas bobas que nada representam.
"Oh, apresentador erra nome de pessoa vagamente conhecida que morreu"
"Oh, comentário sobre pessoa vagamente conhecida que morreu ofende alguém"
"Oh, posicionamento de pessoa vagamente conhecida sobre situação vagamente desconhecida em outro país é errado!"
"Oh, fulano não apoia causa x, y ou z"
Sério que o jornalismo hoje se resume a isso?
Além de todas as peças de opinião que francamente todo idiota vai quotar como se fossem verdades absolutas escritas por Sidartha com o martelo de Thor no mármore sagrado do Olimpo...
Repito minha pergunta do título: Porque nós precisamos de uma bosta de opinião sobre tudo?
E complemento: Ainda mais quando nos falta tanta informação sobre as coisas que devemos (ou deveríamos) formular uma opinião?
Ainda mais quando nossas fontes de informação são rasas, parciais e manipuladas?
Mas mais importante: Porque nos ofendemos tanto e com coisas tão pequenas?
Dois casos vem bem a mente que são dos fãs do sertanejo que faleceu na quinta feira passada se ofendendo com comentários desse ou daquele famoso... E, com toda a franqueza... Se ofendendo porque?
Se a família do cara se ofendesse, até era uma coisa, mas fãs?
Não que eu tenha fãs e talvez nunca terei, mas sejamos honestos: Fã é sinônimo de gente chata.
Tão chata e sem vida que usa e projeta um ídolo (ou coisa) como a representação de sua própria identidade. Veja os fãs de Star Wars (que acham que suas opiniões são mais importantes que dos criadores do negócio por exemplo) ou o número enorme de lunáticos que invade quartos de famosos ou até acaba matando-os (como o caso do John Lennon).
Nisso se ofendem num negócio em que não tem qualquer lugar ou direito de se ofender.
Tem todo o direito ao pesar, tem todo o direito a tristeza... Mas eles acabam por aqui (de preferência até bem antes porque, lembre-se: Você não conhece essa pessoa e ela sem a menor dúvida não se importa[va] com você).
O outro caso, acho até que mais absurdo o de protestos contra o apresentador Jô Soares por entrevistar a presidente Dilma.
Digo protestos porque não se limitou a gente pichar a rua em frente a sua casa com ameaça de morte, também teve o pessoal do facebook declarando a morte da integridade (ha, ha, ha diz-se do homem que fazia piada com deficiente na década de 80... Na televisão... Em rede nacional) e da carreira (bwa, ha, ha, ha... Quem lembrava do Jô antes dessa entrevista?).
Eu não vi a entrevista (uma porque é o Jô Soares cujo programa eu não assisto desde 2003 e olhe lá, e duas porque foi numa sexta-feira... Sério, se a sua melhor opção numa sexta-feira à noite é assistir o Jô Soares e você não está em coma, prisão domiciliar ou é um vigilante noturno, sua vida anda beeeeeeeeem parada - sério, é bom sair de casa à noite, é bacana e ainda não foi proibido, mas também existem outras opções de entretenimento, sabe como livros, quadrinhos, cds, filmes, equilibrar lápis na ponta do nariz para girar um prato de porcelana em cima), e não consigo imaginar o que ele poderia fazer para despertar tamanha indignação.
Ainda mais na Rede Globo...
Sério, por mais que possa soar hipócrita criticar quem viu a entrevista e se ofendeu enquanto eu não vi a entrevista, a verdade é uma só: Se ofender com um entrevistador porque ele entrevistou alguém?
Uau, que mundo perverso e maníaco esse em que entrevistadores... entrevistam!
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