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13 de junho de 2015

Um novo (re)começo - DC pós Convergence (Resenha de quinta especepcional)

Pois bem, duas semanas depois dos primeiros títulos já dá pra sentir um pouco do que a editora tem para oferecer nesse novo (ainda que quase nada diferente) mundo editorial.
As séries no geral se dividem em dois grandes grupos - a) séries que não tem qualquer preocupação com nada e  b) séries que oferecem um novo começo, porém... - e duas semanas depois é difícil dizer que qualquer lado tenha se beneficiado mais.

Sim, foi o impulso necessário para criar novas séries, e oferecer uma injeção de fôlego depois de quatro anos (e diversas mudanças de times criativos e cancelamentos), e tem um bocado de coisa legal no frigir dos ovos. Só que é o mesmo efeito do reboot de 2011: A curiosidade é muito mais o fator para ler e ver esse material, e, como infelizmente a qualidade geral não contribui, vários desses títulos terão vendas baixas e em breve teremos novos cancelamentos (momento vidente, mas é meio óbvio), novas mudanças de times criativos e mega-eventos envolvendo todo o universo de personagens.

Um exemplo do que estou dizendo é justamente a série ao lado, Lanterna Verde em sua edição 41 (de Robert Venditti e Billy Tan). Como o título na capa sugere (e a imagem implica) há uma considerável mudança tonal para o personagem, e oferece uma nova perspectiva, um verdadeiro recomeço para leitores tanto que desconheçam o personagem (e queiram começar) como para quem vinha lendo a série.

SÓ QUE quem não leu as últimas 40 edições (e no caso de Lanterna Verde mais uma gama de títulos adjacentes como Tropa dos Lanternas Verdes, Lanternas Vermelhos, Sinestro e Novos Guardiões - afinal todas elas passaram por crossovers que mudaram todo o status quo de suas respectivas séries individuais) vai perder informações bem importantes, inclusive algumas que apontam do final da edição. 

E é um começo intrigante, sem duvidas. Venditti cria algo bem interessante e diferente, e joga várias pulguinha pra trás da orelha do leitor... Só não sei até que ponto é interessante para manter alguém não iniciado na série.
Me lembra um pouco da faculdade daquelas matérias 'Introdução a...' que nos primeiros quinze minutos da primeira aula do semestre o professor fala "Bem, como vimos no último semestre na matéria fundamentos da introdução a..." e você se pergunta se essa 'fundamentos' deveria ser pré-requisito ou não e isso te distrai o suficiente não fluir.

Bem... É o que acontece com praticamente toda edição que não tenha um número 1.

"Quem é esse personagem...?" eu me pergunto vendo Oliver Queen levando uma menina para a escola ou conversando com um técnico de informática em Arqueiro Verde 41... "Ei, que história é essa do Superman sem poderes...?" eu me pergunto lendo Action Comics 41.
E por aí vai.
Mas isso não faz das histórias ruins, longe disso, só que a ilusão sugerida de que seria algo isento e alheio à cronologia para que os autores soltassem a imaginação nesse primeiro momento não faz nada de espetacular. Histórias boas? Sim. Espetaculares? Nem...
O Arqueiro Verde reprisa a famosa fase de Mike Grell (não que seja ruim, mas a DC anda republicando a fase do cara em encadernados e ela não envelheceu um dia mesmo se passando nos anos 80). Action Comics traz ideias interessantes com a identidade do Superman publica e o personagem menos 'super' que nunca (sujeito a ataque surpresa de gangues de motoqueiros e similares) e pode vingar uma boa história do personagem que é algo que não acontece há boas décadas. O já citado Lanterna Verde é Blade Runner no universo de Guerras nas Estrelas (é, eu sei que tem um monte de fanboys babando por essa descrição). E acho que as duas bolas mais fora são Batman e Liga da Justiça - ainda que quem esteja acompanhando essas séries talvez discorde. Da Liga o exemplo que justifica o que estou dizendo é simples: A vilã usa a boca do Flash como um portal dimensional.
Leve o tempo que precisar
para tirar essa imagem da cabeça.

Em Batman, bem, lembra do que eu falei de 'End Game' e do quanto aquilo mostrou que o Scott Snyder não entende de Batman? Bem, essa história é continuação direta de um mundo em que Batman e Coringa morreram... Me desculpe se não me empolga...

No outro lado do espectro existem séries novas, e aí surgem promessas interessantes.
Constantine não é a melhor série do personagem mas apresenta um avanço significativo no caminho do personagem desde 2011. Não é a mesma coisa da série da Vertigo, e nem pela violência, linguajar ou temas adultos e sim pela competência do autor... Minto, é mais ou menos a mesma coisa da série da Vertigo em seus piores momentos, como Mike Carey ou Andy Diggle. No lado positivo, parece que pode melhorar, e isso é mais que toda a série do Ray Fawkes...
Bizarro surge como a melhor nova série da DC com uma história maluca e divertida. O personagem é uma relíquia de outra era e sua fala 'invertida' é mais um exemplo de quão anacrônico ele realmente é, mas, pôxa, como não rir com as desventuras tão cartunescas de um alienígena de um planeta quadrado que tem como melhor amigo um chupa cabra?
Omega Men pode ser uma boa série, mas falta um bom autor, um autor competente que me apresente motivos para me importar com esses caras. Eles são aquela bucha de canhão sem carisma que é difícil chegar ao ponto de querer que eles vençam o vilão ao final... Ei, o vilão vai obliterar o universo? Bah, os heróis são tão genéricos e sem graça que talvez ele deva mesmo...
Section 8 foi minha surpresa negativa da empreitada (pior até que Batman 41) com humor fora do prazo de validade, sem graça e sem nada a acrescentar. Vale pela boa arte e as boas sacadas do Mccrea, mas só...

No geral, há uma injeção de gás para quem estava perdendo o fôlego e precisava de incentivo para continuar comprando as mensais.
Quem quiser começar? Bem, pra esses eu ainda recomendo a Image... Só essa semana Descender, Saga e Injection foram espetaculares (e duas dessas começaram ainda esse ano).







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