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27 de maio de 2015

{RESENHA} O guia do mochileiro das galáxias

Dados Bibliográficos: Arqueiro, 2009, 208 páginas.
Título Original: The Hitchhicker's guide to the galaxy (1979)
Resumo dinâmico: Nunca saia de casa sem ele!

Se eu tivesse que ler apenas um livro pelo restante de minha vida, e apenas um... Com certeza com muita dificuldade e relutância eu escolheria sem pestanejar o livro de comédia definitivo e absoluto escrito pelo gênio Douglas Adams: O Guia do Mochileiro das Galáxias.

Ainda que eu particularmente goste mais da continuação (O restaurante no fim do universo), o primeiro tem um lugar especial em meu coração, e é um exemplo insular do humor britânico, sarcástico, ridículo e frequentemente perturbador em desafiar nossas percepções de mundo e realidade.

Adams é soberbo nessa área.

Seus exemplares mais fracos ainda são imensamente capazes de gerar reflexões (mesmo os volumes seguintes à trilogia, que causam o Guia do Mochileiro das Galáxias em ser a única trilogia de cinco livros - juro, até o pessoal do marketing vende assim), como a zona de POP (problema de outra pessoa) ou as explicações sobre voar (é como cair, só que falhar no meio do processo) cheios de reflexões sobre, bem, a vida, o universo e tudo mais. Tudo com muita acidez, perspicácia e talento... E eventualmente alguns ratos falantes, mas tudo bem.

Pra quem não leu (sério?) é até difícil entender os conceitos entre ficção científica, crítica social e ampla comédia, permeado pelo mais fino humor britânico (aquele que diz os maiores absurdos com um tom sério e coisas sérias com um tom ridículo, à Monty Python). Mas, verdade seja dita, quem em 2015 nunca ouviu falar do Guia do Mochileiro das Galáxias?
É como alguém que não ouviu falar da Bíblia ou de uma revolução que veio para facilitar a vida de todo mundo chamado 'dinheiro'.

Adams explica o século XX, as ansiedades de uma sociedade que precisa de mudanças porém é estúpida demais para compreendê-las (e suas necessidades), e mais ainda se vê perplexa diante da velocidade destas mudanças conforme elas chegam.
A grande reflexão do cenário absurdo de Arthur Dent e companhia se dá na compreensão de justamente esse cenário absurdo em suas nuances, da burocracia, dos capangas que agem como ordenado sem questionar as mais básicas instruções, dos trâmites governamentais (desenvolvidos para o 'bem maior' sem ver as perspectivas do populacho) e claro, das reflexões existencialistas mais complexas e densas como a nossa compreensão de realidade e universo (que incluem a mensagem final de Deus para sua criação ou o androide deprimido Marvin) e obviamente a filosofia e a busca pelo saber.

O universo é um lugar melancólico e estúpido, então o que nos resta é rir.
E se "O Guia do Mochileiro das Galáxias" não conseguir esse feito, nada mais conseguirá...

Nota: 10!

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