Chegou o momento que mais me perturba no ano: O ponto dos grandes eventos.
Tanto DC quanto Marvel passarão os próximos dois ou três meses envoltos em incríveis e convolutos eventos que pretendem mudar tudo o que conhecemos sobre seus respectivos universos.
Esse ano as duas editoras sequer parecem tentar fazer algo diferente (são iterações diferentes de grandes eventos passados dos personagens numa busca por nostalgia enquanto todo o universo parece prestes a desaparecer... Por algum motivo).
Claro, claro, no meio de tudo isso deve sair uma ou duas boas histórias e eu acredito seriamente que podem resultar em boas e renovadas ideias. Só não conte comigo para ler esse material (e nem espere por resenhas aqui de qualquer um dos capítulos dos eventos ou das séries derivadas)...
Eu não tenho mais saco pra essas mudanças drásticas (que normalmente não duram mais que uma semana - ou até todo mundo esquecer, que às vezes é até antes da uma semana). A DC fez vários reboots desde 1985 (com a Crise nas Infinitas Terras), até o mais recente... Em 2011! E esse novo cross-over 'Convergence' com mundos alternativos se cruzando e que só pode restar um e tals (com o cancelamento e renovação de vários dos títulos atuais)... Eu já vi isso antes, mesmo na Marvel que teve, por um tempo bem maior uma linha mais orientada e coesa (até porque era o papel de Stan Lee como editor/criador/faz-tudo, o que permitia menor interferência e modificações ao conjunto todo da obra).
Com todas as viagens no tempo e realidades alternativas/paralelas dos anos 90, a Marvel acabou uma bela confusão após confusão, resultando num reboot menor com a série Massacre (com um ano de histórias escritas pelos piores profissionais no mercado americano, incluindo Rob Liefeld escrevendo o Capitão América, mas isso não é exatamente novidade pra ninguém), e posteriormente isso foi feito e refeito algumas outras vezes, igualmente com mudanças menores (o personagem que tinha morrido num evento menor e sem importância é trazido de volta à vida, um personagem de outra editora é apresentado como alguém de um passado esquecido e por aí vai).
A premissa da Marvel também é bem parecida com os mundos se cruzando e coexistindo enquanto o 'tempo se esgota' (as inúmeras Guerras Secretas com títulos de fases memoráveis da editora), e eu não vejo nada interessante em nenhuma das duas.
Posso estar enganado. Aceito essa premissa, mas não é algo que vai tirar meu sono à noite
Volto pros respectivos universos daqui uns meses quando a poeira começar a baixar e os novos times criativos começarem seus novos planos e sacadas.
O que isso quer dizer para esse espaço?
Bem, que as editoras menores ganharão mais espaço enquanto boas séries que foram ignoradas nas semanas anteriores podem ganhar uma chance e uma resenha. Quem sabe até alguma resenha de material nacional?
Não será essa semana, porém, que curiosamente foi bem cheia (apesar de eu achar necessário uma longa introdução). Aliás, bem cheia graças à Image resolver lançar tudo que estou lendo deles em uma semana (The Walking Dead, Saga E Descender).
Sem mais delongas:
DESCENDER #2
(Roteiros: Jeff Lemire, Arte: Dustin Nguyen, Image Comics, 36 páginas, US$ 2,99)
A história de Tim-21 que me prendeu na edição anterior continua com uma excelente narrativa, dando mais espaço para o desenvolvimento de contexto, trabalhando o que aconteceu, mostrando mais do universo da série enquanto atribui maior personalidade, tragédia e motivações ao protagonista.
É difícil não se envolver na trama de Tim, não sentir aquele nó no estômago enquanto vislumbramos flashbacks da vida pregressa do pequeno robô, somente imaginando as sombrias ramificações que o deixaram solitário naquele planeta desolado.
Lemire é um mestre na arte de contar histórias individuais, introspectivas com um abrangente viés sobre os relacionamentos interpessoais, e a alienação de um robô - parte racionalizando, parte querendo estes sentimentos e relacionamentos interpessoais - torna uma fascinante perspectiva sobre o assunto.
O final é um tanto chocante, e não dá muita ideia do que virá a seguir, mas uma coisa eu garanto: EU espero pela edição 3 para descobrir!
Nota: 9,5/10.
SAGA # 27
(Roteiros: Brian K Vaughan, Arte: Fiona Staples, Image Comics, 32 páginas, US$ 2,99)
Eu critiquei a última edição de Saga, e a edição 27 surge quase como um cala-boca pra mim.
É diferente (ainda que sem sair do mesmo universo de personagens, da mesma estrutura narrativa e conceito), e avassaladora.
Pela primeira vez sem a narrativa em off de Hazel, a edição é um entrementes (que pode não parecer, mas significa bastante de maneiras bem sutis), alheio às subtramas, focado quase como um laser no gancho da edição anterior (que pra mim foi bastante morno). Marko ganha o centro do palco, e podemos ver uma série de ramificações da persona, do que é e constitui o personagem.
A história é bastante contida, precisa de menos contexto, uma vez que, como eu disse, é focada apenas em Marko com poucos vislumbres aos coadjuvantes, que só acrescentam ao ritmo da história, e apresenta uma visão bem mais completa e complexa sobre o personagem, sobre seu passado, e, porque não, sobre seus traumas e pesadelos.
Fantástica edição.
Nota: 10/10
Não será essa semana, porém, que curiosamente foi bem cheia (apesar de eu achar necessário uma longa introdução). Aliás, bem cheia graças à Image resolver lançar tudo que estou lendo deles em uma semana (The Walking Dead, Saga E Descender).
Sem mais delongas:
DESCENDER #2
(Roteiros: Jeff Lemire, Arte: Dustin Nguyen, Image Comics, 36 páginas, US$ 2,99)
A história de Tim-21 que me prendeu na edição anterior continua com uma excelente narrativa, dando mais espaço para o desenvolvimento de contexto, trabalhando o que aconteceu, mostrando mais do universo da série enquanto atribui maior personalidade, tragédia e motivações ao protagonista.
É difícil não se envolver na trama de Tim, não sentir aquele nó no estômago enquanto vislumbramos flashbacks da vida pregressa do pequeno robô, somente imaginando as sombrias ramificações que o deixaram solitário naquele planeta desolado.
Lemire é um mestre na arte de contar histórias individuais, introspectivas com um abrangente viés sobre os relacionamentos interpessoais, e a alienação de um robô - parte racionalizando, parte querendo estes sentimentos e relacionamentos interpessoais - torna uma fascinante perspectiva sobre o assunto.
O final é um tanto chocante, e não dá muita ideia do que virá a seguir, mas uma coisa eu garanto: EU espero pela edição 3 para descobrir!
Nota: 9,5/10.
SAGA # 27
(Roteiros: Brian K Vaughan, Arte: Fiona Staples, Image Comics, 32 páginas, US$ 2,99)
Eu critiquei a última edição de Saga, e a edição 27 surge quase como um cala-boca pra mim.
É diferente (ainda que sem sair do mesmo universo de personagens, da mesma estrutura narrativa e conceito), e avassaladora.
Pela primeira vez sem a narrativa em off de Hazel, a edição é um entrementes (que pode não parecer, mas significa bastante de maneiras bem sutis), alheio às subtramas, focado quase como um laser no gancho da edição anterior (que pra mim foi bastante morno). Marko ganha o centro do palco, e podemos ver uma série de ramificações da persona, do que é e constitui o personagem.
A história é bastante contida, precisa de menos contexto, uma vez que, como eu disse, é focada apenas em Marko com poucos vislumbres aos coadjuvantes, que só acrescentam ao ritmo da história, e apresenta uma visão bem mais completa e complexa sobre o personagem, sobre seu passado, e, porque não, sobre seus traumas e pesadelos.
Fantástica edição.
Nota: 10/10
THE WALKING DEAD# 140
(Roteiros: Robert Kirkman, Arte: Charlie Adlard, Image Comics, 29 páginas, US$2,99)
E lá vamos nós...
Leio bem menos do que um dia já li de quadrinhos (teve um bom tempo em que 20 mensais não me parecia um número assustador, hoje peno pra acompanhar umas cinco séries), mas Walking Dead é uma das poucas coisas que eu acho difícil ler mensalmente como estou fazendo.
Comecei com a série em encadernados, pois quando demonstrei algum interesse a série já estava lá pela edição trinta e tantos, então havia alguns encadernados (que comprei e li quase de uma vez), e foi assim até mais ou menos o volume 12, quando finalmente alcancei o passo da série e comecei a ler edição a edição... Mas é uma montanha russa tão absurda na leitura mensal que a cada edição eu fico pensando em desistir e voltar a minha condição anterior (aguardar para ler apenas por encadernados), o que não consegui até hoje pela minha cada vez menor fila de leitura.
Está naquele ponto de descida antes de subir de novo... Outro capítulo morno, razoavelmente interessante em seu desenvolvimento, mas não apresentando nada de novo ou que modifique o status quo e termina com uma reviravolta, no mínimo previsível, que não é tão impressionante quanto o autor esperava (qualé, desde a edição 127 isso tá meio na cara que aconteceria mais cedo ou tarde, e ninguém estava realmente empolgado). Até acho que a reviravolta pode compensar mais pra frente, até acho que a história esteja progredindo para alguma estranha reviravolta dramática (mais teoria que fato concreto), mas perdoe meu francês: Foda-se isso.
É um gibi de zumbis e de gente sobrevivendo a um apocalipse zumbi. Cade essas histórias?
Nota: 5,0/10
(Roteiros: Robert Kirkman, Arte: Charlie Adlard, Image Comics, 29 páginas, US$2,99)
E lá vamos nós...
Leio bem menos do que um dia já li de quadrinhos (teve um bom tempo em que 20 mensais não me parecia um número assustador, hoje peno pra acompanhar umas cinco séries), mas Walking Dead é uma das poucas coisas que eu acho difícil ler mensalmente como estou fazendo.
Comecei com a série em encadernados, pois quando demonstrei algum interesse a série já estava lá pela edição trinta e tantos, então havia alguns encadernados (que comprei e li quase de uma vez), e foi assim até mais ou menos o volume 12, quando finalmente alcancei o passo da série e comecei a ler edição a edição... Mas é uma montanha russa tão absurda na leitura mensal que a cada edição eu fico pensando em desistir e voltar a minha condição anterior (aguardar para ler apenas por encadernados), o que não consegui até hoje pela minha cada vez menor fila de leitura.
Está naquele ponto de descida antes de subir de novo... Outro capítulo morno, razoavelmente interessante em seu desenvolvimento, mas não apresentando nada de novo ou que modifique o status quo e termina com uma reviravolta, no mínimo previsível, que não é tão impressionante quanto o autor esperava (qualé, desde a edição 127 isso tá meio na cara que aconteceria mais cedo ou tarde, e ninguém estava realmente empolgado). Até acho que a reviravolta pode compensar mais pra frente, até acho que a história esteja progredindo para alguma estranha reviravolta dramática (mais teoria que fato concreto), mas perdoe meu francês: Foda-se isso.
É um gibi de zumbis e de gente sobrevivendo a um apocalipse zumbi. Cade essas histórias?
Nota: 5,0/10
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