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5 de abril de 2015

{EDITORIAL} Renascimento e reinvenção


"No meio do caminho havia uma espada na pedra.

Havia uma espada na pedra no meio do caminho".

A história do Rei Arthur é uma das mais fascinantes histórias... da História.
Pra quem estuda ou tenta compreender literatura e mitologia, é um prato cheio para entender as concepções dos moldes da sociedade moderna, para ver as reinvenções - sutis e nem tanto - atualizando a história.
É um prato cheio de compreensão de mitologia comparada (ou seja, Campbell) e de análise literária e dos moldes narrativos (Vonnegut), e é um prato cheio para a compreensão da formação dos mitos em virtude da necessidade. 

Arthur nasce como uma lenda pagã sobre como os povos britânicos jamais se uniriam sob o comando de um único rei (não importasse o quão poderoso e opulento seja sua cidade de Camelot, ela sempre cai), e acaba como uma revisão cristã sobre os perigos do paganismo (Arthur é um rei cristão, seguidor e devoto a Cristo nas revisões, e que é corrompido por Morgana). Inclusive a Fata Morgana ganha mais notoriedade e importância como a responsabilidade para a queda de Camelot.

Há muito, muito mais sobre o assunto (há assunto para anos e anos de teses e pesquisas), mas faço dessa fagulha o suficiente para atiçar uma chama.
Até porque a incorporação do paganismo europeu (principalmente) nos mitos e estruturas da igreja católica vai avançando bastante conforme o catolicismo vai expandindo progressivamente ao se apropriar de mais e mais mitos (a sexta feira 13, o Natal e os nomes dos dias que vem das regiões nórdicas no inglês enquanto os nomes dos dias no espanhol advém do latim, junto com o calendário e outras tradições romanas).

Boas leituras sobre o tema são Uma Breve História do Cristianismo (George Blainey, 2012, 328 páginas, Editora Fundamento) e bem mais abrangente como introdução à mitologia comparada O Herói de Mil Faces (Joseph Campbell, 4ª Edição de 1995, 416 páginas, Editora Pensamento).

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