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16 de março de 2014

EDITORIAL> Tio Ben estava certo (mas ninguém parece ouvir)

No longínquo ano de 1962, um adolescente nerdzinho, esquálido de óculos grossos e sem nenhum traço de personalidade foi apresentado ao mundo sob a batuta de Stan Lee na edição 15 da revista Amazing Fantasy.

Mais importante nisso, estava a figura paterna do jovem esquálido, um senhor de cabelos grisalhos, o 'Tio Ben', um homem honesto e justo que vem a ser assassinado por um bandido pé-de-chinelo (que o adolescente nerdzinho poderia impedir, se não fosse arrogante). Ainda assim, a lição que o tiozinho simpático deixa para o jovem esquálido é bem diferente de uma busca por vingança e justiça.

Ao contrário, ele ensina que o mais forte deve cuidar do mais fraco, afinal "Com grandes poderes vem grandes responsabilidades".

Claro que a questão de uso responsável de poderes vale para tudo em nossa vida, afinal nossos direitos - e o exercício e manutenção deles - são um poder inestimável e incontestável.
O voto, a liberdade e o mero e simples direito de fazer um intervalo para fumar um cigarro no meio do expediente, são pequenezas que conquistamos com suor e que devemos utilizar bem, caso queiramos continuar a exercer.

E um dos direitos que mais nos parece bestificar é uma liberdade, a de expressão.
Sem dúvida devemos ter liberdade para dizer o que nos cabe - e mais que isso, o que nos interessa a dizer.
Somos seres pensantes e, bem... Então porque eu me sinto mal quando digo que somos seres pensantes quando vejo um negócio com isso:


Sim: Bem Vindo ao Facebook (ou outras redes sociais que servem para reunir pessoas com a mesma mentalidade fechada).
"Ah, nos tempos da ditadura militar que era bom, pois não havia corrupção".
"Quer defender direitos humanos, vá adotar bandido!"
"Mulher grávida quer ter privilégio? Que tenha o privilégio de lavar louça! Como ousa querer se divertir!"

Usurpamos o direito que a internet nos dá para anonimidade para disseminar todo tipo de intolerância e principalmente de preconceitos (raciais, de gênero, religiosos e do que mais alguém puder pensar), mas ao menos temos o espaço para rebater esse tipo de idiotice, e até mais que isso ver que tipo de pessoa compactua com essas ideias (o que mostra que boa gente não deve ser - sério, você acha que alguém que concorda com o 'argumento' da imagem acima pode ser boa gente?).

Isso, infelizmente pode nos custar muito mais que nos parece, com o abuso do cabo de guerra entre PT e PMDB para a votação do Marco Civil da Internet, que pode trazer alguns pontos bem sinistros - e mesmo censuras - ao nosso modo de navegação, uma vez que a Internet hoje sem um proprietário, pode passar a ser controlada/regulada por aqueles que a distribui (as Teles), e isso volta no problema da liberdade de expressão (inclusive para as pessoas intolerantes e de mente fechada) pois... Quem decide que tipo de conteúdo deve - ou pode - ser acessado? A proposta do PMDB - como mostra essa matéria do portal EcoDebate - pode acabar com a neutralidade da rede...

Esse tipo de censura e policiamento é um grande problema ao privar liberdades básicas, principalmente quando tudo o que falta é uma única coisa: Bom senso. Ou se preferir para voltar às palavras imortais de Tio Ben, RESPONSABILIDADE.

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