Talvez uma das peças literárias mais interessantes de todos os tempos - sem o brilho ou de fato um talento literário absoluto e brilhante - os contos sherlockianos trazem algo peculiar e interessantíssimo, que só quando você aprende o que é, passa a de fato ver a genialidade por trás do trabalho.
Como um verdadeiro trabalho investigativo, cabe ao leitor juntar peças e evidências expalhadas pelos nove livros (5 coletâneas de contos da strand magazine e 4 romances), sobre as mais diversas situações e coisas. Sherlock é de fato um detetive ou um bandido (manipulando os fatos para lucrar)? Existe um Dr. Moriarty ou é invenção de Holmes para desaparecer pianinho? Teriam as cataratas de Reinchenbach ceifado o detetive - e todas as histórias posteriores sejam... póstumas?
Essas são algumas das perguntas interessantes que surgem na leitura mais abrangente e completa da ficção de Conan Doyle, sob o prisma das sociedades sherlockianas: O de que, na verdade, os personagens são reais e os textos relatos - o que faz com que incongruências, erros e pontos irregulares do texto sejam alvo de criteriosa análise que busca explicação para tudo, e justificar cada detalhe.
Nada passa batido, e tudo gera uma teoria (estapafúrdia ou não, diga-se de passagem, que inclui o Dr Moriarty ser Drácula ou Fu Manchu, ou mesmo que Holmes era uma mulher se passando por homem).
Sem dúvidas, o melhor ponto de início se encontra na coleção - recém publicada no Brasil - feita pela editora Zahar que traz inúmeras notas, pontos chave, tabulações cronológicas e matérias destrinchando informações importantes para detalhar fatos e fatores que dificilmente seriam notados pelo leitor de primeira viagem.
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