Há uma antiga história que é contada - e repassada de geração para geração. Provavelmente ele era diferente, e foi atualizada com o tempo, e, eu honestamente não saberia dizer diferente. Essa é a versão que me foi contada:
Um homem bastante ancião acaba de se mudar em uma nova cidade. Sem conhecer ninguém e sem qualquer qualquer cerimônia ou festejo ele chega pontualmente ao meio dia.
Não carregava muitos bens. Tudo que tinha estava no porta-malas do carro, bastante surrado e velho - quase tanto quanto ele próprio.
Desceu, levou suas coisas e se acomodou.
A vizinhança era pequena, casas grandes e espaçosas, com gente que se conhecia bem, e que morava ali há tempos, e até por isso se viam um tanto como curiosos com o recém chegado, e pareciam não encontrar qualquer resposta, uma vez que o homem pouco ou quase nada interagia com seus vizinhos.
Um dia lhe perguntaram o porquê.
E ele nada respondeu.
Somente olhou para seu gramado, devidamente aparado, o céu azul no horizonte e com o canto da boca demonstrou um sútil sorriso.
Sorriso esse que acompanhava o homem em todos os dias, e cada momento que ele fosse visto. E naqueles em que estava sozinho também.
Só que ninguém jamais entendeu o motivo de sua tamanha alegria.
E a curiosidade dos vizinhos só aumentava.
Numa nova ocasião, dois ou três vizinhos se juntaram e partiram para conversar com o ancião, em busca por respostas, e, ele com o mesmo sorriso que lhe era característico, mas desta vez acentuado por uma pequena lágrima que brotava em seu olho esquerdo e começava a escorrer por sua bochecha.
Ele novamente nada disse.
E isso se repetiu por mais duas, três vezes.
Até que enigmático, em uma ocasião apenas deixou escapar "À felicidade não se cabe explicar".
Assim tudo passou a fazer sentido.
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