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12 de maio de 2025

{Resenha lixo} Demolidor: Renascido (do inferno)

Olha, eu queria gostar da nova versão do Demolidor da Disney, e, honestamente existe uma quantidade enorme de boas ideias aqui que poderiam render um bom caldo: Os policiais corruptos - levando à formação da força tarefa corrupta de Trump, digo, Wilson Fisk, todo episódio envolvendo o Justiceiro (e Jon Bernthal é extremamente carismático e um excelente ator que carrega nas costas os episódios em que ele aprece) e o conflito interno do Matt Murdock que quer abandonar a carreira de vigilante mascarado (ainda que os motivos sejam bem fracos para dizer o mínimo).

E o quinto episódio do assalto ao banco é fácil um dos melhores episódios de todas as séries da Marvel (e que é melhor que muito filme da mesma Marvel mesmo com meros 40 minutos), o que mostra o potencial e o quanto esse material de fato poderia render se usassem a mesma capacidade desse único espiódio para, bem, todo o restante do material.

O problema começa, bem, com o problema que o MCU criou para si próprio em estabelecer uma obrigatoriedade de pré-requisitos para que você assista a um novo material, só que aqui é ainda pior, porque uma vez que essa série é um reboot que só usa o que interessa das séries anteriores enquanto agrega uma quantidade enorme de mudanças a essa continuidade, não faz nem ao menos sentido para ser moldado dessa forma.

Cada um dos personagens da série original da Netflix não é o mesmo ou segue a mesma estrutura da série original, eles só são interpretados pelos mesmos atores, e aqui é onde o primeiro episódio fracassa terrivelmente.

O primeiro episódio desse reboot deveria se esforçar para apresentar o contexto destes personagens e o quanto ele diverge da série anterior de maneira lógica e gradual, e ele faz o exato oposto querendo continuar diretamente do final da terceira temporada (em que o Demolidor enfrenta o Mercenário, propondo aqui uma revanche) ao mesmo tempo que 'casualmente' apresenta todo um elenco de pessoas que eles querem fingir que estavam ali desde o começo.

Pior ainda, a série apresenta na velocidade da luz a ideia do Rei do Crime concorrer para prefeito e no mesmo episódio ele é eleito, sem qualquer desenvolvimento ou conflito para demonstrar o passado criminoso dele o perseguindo ou diminuindo suas chances (ou mesmo que Matt Murdock - sabe, o cara que se esforçou para prender Wilson Fisk por mais de uma vez - faria alguma oposição mais categórica).

Disso a série pula para histórias bobas e que nada agregam à narrativa (que, para que fique claro é de um criminoso corrupto se tornando o prefeito de Nova Iorque usando táticas da máfia enquanto seu principal opositor reúne esforços para derrubá-lo), como um assassino serial grafiteiro que usa o sangue de suas vítimas como tinta (e faz o Homem Pipa parecer um personagem sério), ou as sessões de terapia de casal do Rei do Crime com a namorada do Demolidor (que deve ser a única psicóloga da cidade pois ela também atende o assassino serial grafiteiro), ou a sobrinha do Ben Urich sendo a mais melhor repórter de toda Nova Iorque, ou o filho do James Gandolfini achando que sabe atuar ou as tentativas de apresentar novos vigilantes cada vez mais ridículos raspando cada vez mais a porra do tacho com o Tigre Branco e o Espadachim (Elektra? Luke Cage? Pra que?)... Eu poderia continuar (com a nova sócia - que, ei, com toda a certeza estava lá desde o começo - ou o ex-policial Cherry - que você obviamente se recorda de todas suas excelentes participações ao lado do senhor Poopybutthole vivendo grandes aventuras, ou mesmo o quão mal usado o Mercenário é aqui), mas, vale a pena?

E eu não sei se tiveram que reduzir o número de episódios planejados, se eles tinham uma série do Justiceiro planejada (e foi cancelada por algum motivo - mas mantiveram o material para ser usado aqui - até porque é muito mais violento que o restante da série de longe) ou o que mais aconteceu ou deixou de acontecer para a construção desse material, mas o que eu sei é que o resultado final é uma bagunça que demonstra um potencial enorme se conseguissem focar e direcionar a atenção para uma trama mais coesa ao invés de degringolar para todo lado com personagens e tramas desinteressantes e atores ruins. O que mais dá para dizer? É um desperdício de potencial.

Poderiam reapresentar o Ben Urich, usar o espaço com um repórter vinculado ao Clarim Diário (ainda que seria mais difícil conseguir o J J Jameson, mas é a Disney com seu pote mágico de dinheiro que estamos falando - e ficaria bem melhor que a mais melhor repórter sobrinha dele), poderiam trazer de vola a Krysten Ritter como a Jéssica Jones investigadora particular ajudando o Demolidor (e não esse personagem ex-detetive-que-sempre-esteve-ali-ao-lado-de-Matt-e-o-ajudou-bastante-e-nem-de-longe-é-um-retcon, você claramente lembra dele, né?), e claro poderiam facilmente trazer uma vilã bem mais interessante como a Mary Typhoid como capanga do Rei do Crime (que seria bem mais interessante que um assassino serial grafiteiro).

Droga, eu acho que o Charlie Cox usa a roupa do Demolidor quatro vezes nos nove episódios da série, e em duas dessas vezes as coreografias de luta são terríveis (quando ele enfrenta o assassino serial grafiteiro Muso), quando o mote da eleição do Rei do Crime é um movimento anti-vigilante - e a porra da série não nos mostra quem tanto são esses vigilantes e o que eles fizeram para causar tal sentimento de desconfiança na população (pelo contrário, a série glorifica o Justiceiro que claramente é o tipo de vigilante terrível) para eleger um notório criminoso!!!

Talvez melhore na segunda temporada, talvez tome algum rumo com a nova fase do MCU após o quinto Vingadores ou o que for (ei, talvez eu ganhe na loteria ou encontre um unicórnio), mas eu não contaria com isso. Pelo menos sem grandes mudanças que, honestamente, não parecem o caminho proposto para um futuro próximo.

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