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29 de fevereiro de 2024

{Resenhas do Ar e da Água} Avatar o último dobrador de Quintas - Netflix

Antes de começar, eu tenho que dizer que eu não tenho qualquer nostalgia sobre a animação da Nickelodeon Avatar (O Último mestre do ar como ficou conhecida por aqui), pois assisti ao material já adulto e bem depois do filme (que basicamente todo mundo deprezou).

Mais que isso, eu fiquei bastante supreso pela qualidade dos efeitos especiais (mas não somente isso no que tange a qualidade geral da cinematografia) e elenco em geral. Ao contrário de outras adaptações, inclusive da própria Netflix em que nos primeiros segundos você já verifica claramente os problemas de estilo e produção artística em geral, aqui os problemas são mais sutis.

Parece bastante evidente que a série respeita bastante o material fonte e tende a seguir os principais elementos da trama da animação com o máximo de fidedignidade, enquanto caindo no maior problema ao meu ver, tentando produzir algo mais realista e, oras, sombrio na análise complexa da dureza da guerra sobre os povos, e é aqui onde o material me perde.

Quer dizer, eu entendo que adaptações sejam necessárias e mudanças para o material (que, de novo uma vez que eu não tenho qualquer nostalgia, entendo que não é perfeito), só que uma coisa é produzir mudanças para traduzir de uma mídia para outra (afinal, o ar humorístico e leve da animação talvez e provavelmente não funcione em uma versão com atores reais e que precise de mais sombra e escuridão para disfarçar os efeitos computadorizados).

Mas pra mim um mundo em que crianças manipulam os elementos e (existem apenas quatro grande países cada qual com seu poder especial dos elementos) e que tenta se levar a sério com a gravidade e impacto da guerra... Bem, a coisa toda perde o propósito de um analogia séria ou que quer se levar a sério quando um garoto de mais de 100 anos que é o 'avatar' é só mais um de dezenas de pessoas que podem manipular os elementos no planeta (com a diferença que ele consegue manipular todos os quatro além de uma gama de outros poderes que o permitem falar com os mortos também), pra mim isso é mais território de paródia como Fallout ou Aquaman (e se eu não fizer uma resenha direito de Aquaman 2: O Reino Perdido - que é um título horroroso, diga-se de passagem - que ao menos eu deixe bem claro e que fique o registro que apesar do filme ser incrivelmente mal escrito por uma série de motivos, ele é extraordinário e mais filmes de ação deveriam se inspirar nele para produzir ação e dinâmica de personagens interessantes).

 Não dá pra levar tão a sério.

E puta que pariu como esse material se leva a sério.

De novo, eu não tenho nenhuma nostalgia pela animação, mas eu lembro dela com um tom mais cômico e leve (inclusive um dos fatos que mais lembro da animação é do episódio da caverna com os hippies cantores e que sempre me faz rir) e esse tom mais sério talvez funcione para um público mais velho que cresceu e é nostálgico ao material ou simplesmente para quem nunca o assistiu em primeiro lugar. Eu só insisto e acho que esse tom sério muitas vezes não funciona direito.

Mas que me surpreendeu positivamente nessa primeira temporada, sim, me surpreendeu.

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