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20 de outubro de 2022

{Resenhas de Quinta} O Bom, o Michael e o Feio - edição de Halloween

Em 1978 John Carpenter lançou um dos filmes mais importantes do gênero de filmes de terror slasher com psicopatas assassinos atacando subúrbios, e chamou a atenção (de estúdios principalmente pelo alto retorno em relação aos custos), mas mais que isso formou toda uma geração de fãs.

A ideia do filme, na época, era bem diferente do que acabou se tornando com sequências sem fim e o vilão ressurgindo de novo e de novo (mesmo depois da morte), tanto que o segundo filme da série encerrava a história de Michal Myers (yeah, baby) e o terceiro filme trazia algo completamente diferente - e foi um fracasso retumbante, então trouxeram o psicopata de novo (e de novo).

Tentaram refazer o filme algumas vezes e reaproximá-lo do cenário mais moderno e recente (fosse com H20 ou a versão de Rob Zombie) até que em 2018 Halloween foi lançado como uma continuação do filme de 1978 focando nos (muitos) traumas da sobrevivente dos eventos do filme original, Laurie (interpretada por Jamie Lee Curtis) que passou 40 anos com medo, que o bicho-papão pudesse voltar, e, bem, ele volta (o que nem de longe é a parte interessante do filme). Esse filme de 2018 é sobre a Laurie superando seu trama e vencendo finalmente o fantasma de Myers, exorcizando até numa pira nórdica todo o mal do psicopata ao final do filme...

E aí nós temos mais duas partes para continuar a história. Myers sobrevive ao final de Halloween (de 2018) e inicia uma nova e sangrenta empreitada contra a população de Haddonfield para basicamente matar todo mundo (meio que até literalmente), e, diferente do filme de 2018, em Halloween Kills o psicopata é realmente uma força sobrenatural imparável e incontestável. Ele é capaz de derrotar os 10 faixas pretas que o Ip Man enfrentava com um braço nas costas (droga, ele provavelmente enfrentaria 10 Batmen sozinho com um braço nas costas), no que todo o potencial do primeiro filme se perde, assim como o foco e a perspectiva.

Mayers não é mais um psicopata, Laurie não é mais uma sobrevivente traumatizada - agora para competir com o monstro sobrenatural ela vira o Liam Neeson de saias que não deve nada para qualquer herói anabolizado dos anos 1980. Não existe mais tensão, e francamente, isso pode ser mais opinião minha que qualquer outra coisa, mas acaba muito mais como Tom e Jerry causando caos e confusão sem notar a destruição que deixam pelo caminho.

O que mais dizer? Assista os dois primeiros (Halloween de 1978 e Halloween 2 de 1981) pule todos os outros até o filme de 2018 e depois ignore a série fingindo que ela terminou exatamente na cena final daquele filme.

Ou sei lá, se você é do tipo que assiste a Lobisomem pela noite da Disney e acha aquilo legal (sabe, um filme de 2022 com orçamento da Disney mas que tem efeitos especiais piores que um filme de 1981), talvez você vá gostar de Halloween Kills e Halloween Ends. A má notícia é que talvez você não goste de filmes de terror...

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